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Ilhados no condomínio

Em MG, moradores não saem por falta de gasolina

quarta-feira, 30 de maio de 2018
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Moradores de condomínios próximos de BH estão 'presos' em casa por conta da greve

Se a falta de gasolina é um problema para quem mora nos centros urbanos como Belo Horizonte, para quem tem residências em sítios e condomínios na região metropolitana da capital mineira, o caos provocado pela greve dos caminhoneiros tornou-se num verdadeiro martírio

Enquanto o reabastecimento dos postos de gasolina volta lentamente à normalidade, moradores de Brumadinho, Esmeraldas, Lagoa Santa estão "presos" em suas casas, distantes 20, 30 e até 40 quilômetros de Belo Horizonte.

A Chef de Cozinha Carolina Ribeiro mora há quatro anos no Condomínio Jardins de Petrópolis, em Nova Lima. Desde a sexta-feira da semana passada se viu obrigada a ficar em casa por conta da falta de gasolina e ônibus na região. Sem ter como fazer a entrega das encomendas de pães, salgados e molhos, Carol está preocupada com rumos da greve que entrou no nono dia.

“Estou ilhada em casa. Tinha que entregar uma grande quantidade de salgados para uma festa no sábado e não tive como sair de casa. Tentei combinar com o cliente de vir buscar, mas, ele também estava sem combustível. O jeito foi apelar para um motorista de táxi e tive que incluir o valor da viagem no preço final. Uma sorte de ter encontrado alguém que ainda tinha gasolina, senão, teria um prejuízo enorme”, desabafa.

O mineiro Rubens Lopes Filho é administrador e corretor de imóveis em Curitiba. No sábado, ele chegou em Minas para visitar os pais que residem no Condomínio Águas Claras, em Brumadinho. Com férias programadas até o dia 17 junho, ele foi pego de surpresa com a greve dos caminhoneiros.

“Tinha me programado visitar parentes e amigos em BH nesta semana. Também estava programando pequenos passeios pela capital mineira. Com a greve, estou literalmente, preso em casa. Sem gasolina, sem ônibus, sem como sair de casa. O jeito é ler uns livros, assistir minhas séries na Netflix e curtir meus familiares. Espero que tudo se normalize até o dia da minha volta para Curitiba”, finaliza 

Fernando Greco, morador do Condomínio Passárgada, em Nova Lima, é outro que também se viu obrigado a ficar em casa. Até o dia de ontem, ele ainda tinha combustível para ir até o trabalho. Mas, hoje, a empresa dele sugeriu aos funcionários que pudessem trabalhar de suas casas.

“Como o combustível do meu carro estava quase chegando na reserva, fui obrigado a ficar aqui no condomínio, localizado a 23 quilômetros de Belo Horizonte. Quero sair de casa somente em caso de emergência. Com a opção do home office faço tudo por aqui mesmo. Participo de reuniões por videoconferência, respondo e-mails e mensagens por WhatsApp. Espero que este movimento perca sua força e termine logo”, desabafa.

Precavidos

O empresário Fabrício Viana, mora há um ano no Condomínio Clube dos Ventos, em Esmeraldas. Desde sábado, ele não consegue sair de casa por conta do desabastecimento gerado pela greve dos caminhoneiros. Proprietário de uma loja no bairro Grajaú, em Belo Horizonte, o comerciante tem monitorado e orientado os funcionários à distância. De acordo com Fabrício, por conta das constantes interrupções na BR 040, os moradores da região participam de grupos em redes sociais onde se informam sobre as condições da via e soube, com certa antecedência, que uma grande paralisação estaria por vir:

“Esta greve não nos pegou tão de surpresa. Uma semana antes da greve dos caminhoneiros, tivemos informações por meio de grupos do WhatsApp, comércio local e parentes que algo do tipo poderia parar o país. Desde então, nos programamos e começamos a estocar alimentos e deixar os tanques cheios”.

O empresário apoia o movimento e se diz que este é um momento de mudanças para o Brasil.  “Acho importante para todos a decisão reivindicar preços mais justos pelo combustível e, o mínimo que a população, que não é atuante nas manifestações pode fazer é demostrar apoio”, conclui. 

Já a consultora de moda Fernanda Drummond, moradora do Retiro das Pedras, não sentiu tanto impacto. De acordo com ela, quem mora em condomínios já tem o hábito de rodar com tanque cheio. Nunca deixa chegar na reserva. Desde a semana passada, os moradores criaram uma rede solidária de carona, o que possibilitou uma certa normalidade do dia a dia.

“Aqui no Retiro, criamos um grupo de amigos que fizeram um rodízio para levar as crianças para as aulas até a suspensão das atividades escoladas. Quem tem gasolina combina com os moradores o melhor horário de ida e retorno a Belo Horizonte. Aqui também não faltou ônibus, apenas uma diminuição do quadro de horários”, finaliza

 

Fonte: /www.em.com.b

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