segunda-feira, 29 de setembro de 2025
Um audacioso arrastão em um condomínio de alto padrão no centro de Ribeirão Preto (SP) na última semana de setembro de 2025 deixou um prejuízo estimado em mais de R$ 4 milhões e levantou um importante debate sobre a segurança e a responsabilidade civil dos condomínios.
A ação, que envolveu o uso de disfarces, a locação de um apartamento com documentos falsos e a rendição de moradores e funcionários, revelou um alto grau de organização e planejamento por parte da quadrilha.
A ação criminosa começou a ser executada na manhã de uma quarta-feira, mas seu planejamento teve início semanas antes, com o aluguel de um apartamento no nono andar do edifício.
Utilizando documentos falsos, os criminosos pagaram um cheque caução de R$ 12 mil para garantir o acesso ao interior do prédio. Parte do grupo chegou a pernoitar no imóvel na véspera do assalto.
Na manhã do crime, cerca de dez criminosos, alguns usando perucas para não serem identificados, renderam o porteiro e outros funcionários. Em seguida, invadiram ao menos seis apartamentos, agredindo e ameaçando os moradores. As vítimas foram forçadas a realizar transferências via Pix e a entregar joias e dinheiro.
A Polícia Civil, em rápida resposta, identificou e prendeu sete suspeitos, enquanto uma oitava integrante, Júlia Moretti de Paula, de 21 anos, permanece foragida. As investigações revelaram que a quadrilha era dividida em três núcleos com funções bem definidas:
O caso trouxe à tona a discussão sobre a responsabilidade dos condomínios em situações de roubo. Segundo o advogado especialista em direito condominial, Henrique Caldeira Sisdeli, em entrevista à EPTV, a maioria das convenções condominiais isenta o condomínio de responsabilidade por perdas patrimoniais dos moradores.
No entanto, ele ressalta a importância de investimentos em segurança preventiva.
“O crime está ficando organizado, mas muitos condomínios estão ficando desorganizados na parte de segurança, justamente por conta de investimento. Ainda mais em condomínios antigos, que têm um alto custo de manutenção, o pessoal acaba deixando a segurança um pouco de lado, até que aconteça esse tipo de situação”, afirma Sisdeli.
Propostas de reforço na vigilância muitas vezes são rejeitadas por moradores devido ao aumento das taxas condominiais. O advogado recomenda que os síndicos submetam à votação em assembleia a implementação de melhorias na segurança, registrando as deliberações em ata.
"É uma recomendação para os síndicos, levem sempre para a assembleia a melhoria de segurança, para quando se tenha e se ocorrer um sinistro como esse, o síndico e o condomínio estejam resguardados, que eles tentaram, mas que os condomínios não desejaram melhorar a segurança" afirmou.
Conteúdo SíndicoNet (produzido com auxílio de IA)