15/08/25 10:09 - Atualizado há 3 dias
São Paulo, a maior metrópole do Brasil, está no centro de um processo constante de verticalização urbana. Dados do Data Lello apontam que, em 2022, a cidade já contava com cerca de 28 mil condomínios, sendo 90% deles residenciais.
O cenário de crescimento é ainda mais expressivo com a estimativa de que, entre 2023 e 2025, sejam entregues 1.700 novos prédios, incorporando aproximadamente 168 mil apartamentos e atraindo mais de 650 mil novos moradores.
Esse crescimento é, sem dúvida, reflexo do dinamismo do mercado imobiliário paulistano e de seu potencial de valorização.
No entanto, ele também lança luz sobre a necessidade urgente de uma gestão condominial mais profissionalizada e transparente.
Com a multiplicação de unidades habitacionais, cresce também a complexidade das administrações, tornando cada vez mais essencial a implementação de práticas que garantam a segurança financeira, a transparência e a confiança dos condôminos.
É nesse contexto que as auditorias investigativas e preventivas se apresentam como ferramentas indispensáveis. Elas não apenas auxiliam síndicos e administradoras a monitorarem de forma rigorosa a gestão financeira, mas também trazem benefícios tangíveis para a comunidade condominial, como a prevenção de irregularidades e o fortalecimento da transparência.
Infelizmente, a realidade mostra que fraudes em condomínios são mais comuns do que se imagina. Casos de desvio de verbas, superfaturamento de contratos e conflitos de interesse frequentemente vêm à tona, prejudicando o equilíbrio financeiro e gerando desconfiança entre os moradores.
As auditorias preventivas, realizadas de forma periódica, evitam que problemas se agravem, enquanto as auditorias investigativas, acionadas quando há suspeitas, têm o poder de identificar fraudes, responsabilizar os envolvidos e resgatar a confiança no sistema de gestão.
Além disso, em um momento de grande expansão imobiliária como o que vivemos, investir em auditorias pode ser visto como uma estratégia de valorização do patrimônio. Um condomínio financeiramente saudável, com suas contas auditadas e uma administração transparente, tende a atrair mais interessados e a manter a credibilidade de seus gestores.
Como perito judicial e especialista em auditorias de condomínios, posso afirmar que a auditoria condominial vai além de identificar problemas: ela promove uma mudança cultural. Ao colocar a transparência e a responsabilidade no centro da gestão, cria-se um ambiente de maior harmonia e confiança entre moradores e administradores.
O crescimento acelerado dos condomínios em São Paulo é uma oportunidade para repensarmos o papel da gestão condominial. As auditorias preventivas e investigativas devem ser vistas não como custos, mas como investimentos em um futuro mais seguro e sustentável para todos os condôminos.
(*) Marco Bole é sócio-diretor da SGEx Auditoria de Condomínios, especialista em auditorias investigativas e preventivas, e perito judicial com ampla experiência em investigações de fraudes no Brasil, Canadá e Estados Unidos.