09/10/25 04:05 - Atualizado há 8 dias
Entre as regras básicas do jornalismo, que podem inspirar quem deseja conhecer melhor o funcionamento de um condomínio, como condômino ou síndico, há um conjunto de perguntas, que pode contribuir nos processos de comunicação e de transparência.
Nesse ambiente, as perguntas podem ser diretas, como são apurados os dados para a elaboração de textos jornalísticos, que reúnem o conteúdo básico para prestar as principais informações.
Conhecer os Sete Pontos a seguir ajuda a entender o que, de fato, está acontecendo no condomínio e a descobrir o alcance e a dimensão da situação, para então tomar uma posição.
Identifica os envolvidos. Ex.: Quem é responsável pela decisão? Quem são os condôminos afetados? Quem executará o serviço?
Situa o tempo dos acontecimentos. Ex.: Quando ocorreu o problema com o portão de veículos? Quando terminará a pintura da fachada? Quando foi decidido o aumento da taxa condominial?
Explica o processo ou método. Ex.: Como foi feita a escolha da empresa de segurança? Como os moradores foram informados da mudança? Como é calculado o valor da multa por inadimplência?
Define o local ou contexto. Ex.: Onde ocorreu o vazamento? Onde estão os documentos que comprovam a despesa? Onde está o registro da assembleia que aprovou a obra?
Revela a motivação ou justificativa. Ex.: Por que a portaria foi terceirizada? Por que o morador foi advertido? Por que não houve consulta para a instalação das câmeras?
Quantifica o impacto financeiro ou material. Ex.: Quanto custou a reforma? Quanto cada unidade deve pagar? Quanto foi arrecadado no mês?
Aponta o objetivo ou finalidade. Ex.: Para quê foi criada a comissão de obras? Para que serve o fundo de reserva? Para quê será usada o rateio extra aprovado?
Ao responder a essas perguntas, as informações indispensáveis emergem naturalmente, o que contribuiu para evitar interpretações enviesadas.
Para isso, as perguntas funcionam como um mapa de interesse público do condomínio, e suas respostas organizam os fatos e possibilitam que todos os moradores compreendam a necessidade das decisões administrativas, dos conflitos ou dos investimentos e estejam alinhados para as decisões que têm de tomar.
Nas relações de condomínio, perguntas simples exigem respostas simples, embora muitas delas dependam de conhecimentos específicos, que necessitam ser apresentados aos leigos, com didática e sem arrogância.
Esse é um desafio para síndicos, advogados, engenheiros, administradores e contadores, que por vezes são convidados a responder dúvidas ou defender algum projeto numa assembleia.
Por isso, se você tem perguntas a fazer ou respostas a dar, utilize a regra dos Sete Pontos, que irá facilitar o encaminhamento de dúvidas e a apresentação das explicações.
É com base nas respostas mais elementares para qualquer discussão, que se demonstra transparência e se amplia a possibilidade de a comunicação alcançar o seu objetivo.
Síndico, esteja preparado para responder os questionamentos elementares sobre o seu papel e suas responsabilidades no condomínio, e antecipe-se, se possível.
Condômino, exercite perguntar para não colecionar interrogações. Experimente ouvir, sem julgar, e, ao retrucar, com educação, demonstre sua contrariedade para conquistar aliados e não criar antipatia.
Quem questiona deve evitar perguntas carregadas de sentimento e julgamento, como se a assembleia fosse um tribunal. Raramente, essas perguntas contribuem para o esclarecimento dos fatos.
Quem responde deve falar a verdade, por mais difícil que seja, pois as mentiras — ou meias verdades — ditas numa assembleia costumam voltar ao ponto de origem como um bumerangue assassino.
(*) Roberto Viegas é jornalista, consultor e palestrante especialista em mercado imobiliário e condomínios. Como diretor de Assuntos Corporativos, realizou mais de 200 implantações de condomínio pelo Brasil numa das maiores incorporadoras do País, onde foi responsável pelo relacionamento com clientes, administradoras de condomínio e síndicos. E-mail para contato: robertoviegas1407@gmail.com