PSICÓTICO NO PRÉDIO

Há alguns meses, dois apartamentos do prédio foram alugados por uma família: o casal num apartamento, os dois filhos (16 e 20 anos) no outro. No início, a família veio com um segurança para vigiar possíveis tentativas de suicídio do filho mais velho. O segurança vasculhou o prédio, exigiu que trancássemos as portas que dão acesso ao teto do edifício e foi ele que nos disse que o rapaz de 20 anos sofria de TOC. Conheço pessoas com TOC e nenhuma delas tem tendência para o suicídio... Nem são violentas. Pois o rapaz em questão já sofreu quatro ou cinco surtos psicóticos, sempre de madrugada, quebrando o patrimônio do prédio e aterrorizando moradores. As câmeras de segurança captaram um desses surtos na recepção do prédio. Sem som, era visível que o rapaz gritava, arrancava os próprios cabelos, ameaçava o porteiro (que estava encolhidinho, em pânico) e, a certa altura, deu um soco numa garrafa térmica de café que estava ali. A mãe, ao lado, pos-se a dar um passe no rapaz... Acabamos de eleger um novo síndico. A maioria dos episódios ocorreu sob a síndica anterior, que nunca tomou qualquer providência, nem mesmo para cobrar da família os estragos que causaram no prédio (duas câmeras destruídas na garagem, a garrafa térmica, a porta do salão de festas destruída aos pontapés, danos no piso do salão de festas, destruição de pratos e copos do salão de festas e, há 15 dias, um surto no apartamento dos pais dele, quando quebrou as janelas e espalhou cacos de vidro pelo corredor lateral do prédio às 2h da manhã, aos gritos). Temos notícia que a família acaba de alugar um apartamento de três quartos nas imediações e está mudando devagarinho, carregando sacolas. Mas a mãe tem comentado com nossos funcionários que vão devolver apenas UM dos dois apartamentos que alugam aqui. O filho mais novo, que não quer morar com o pai, ficará. Nosso medo é que o filho mais velho, o psicótico, venha visitar o irmão... O que fazer? Notificar? Em que termos? Obrigada.