11/07/25 12:46 - Atualizado há 4 dias
Nos últimos anos, tem crescido nos grandes centros urbanos um tipo de crime que exige atenção especial: invasões a condomínios residenciais praticadas por adolescentes. O recente caso do jovem de 17 anos que invadiu mais de 40 condomínios de luxo e conseguiu furtar R$ 30 milhões chamou a atenção do País, mas este tipo de crime não é de hoje.
O modus operandi surpreende: eles se disfarçam com roupas de grife, adotam postura comportada e utilizam perfis sociais convincentes para ludibriar porteiros, moradores e sistemas de segurança, com o objetivo de praticar furtos em apartamentos.
Esses jovens criminosos se aproveitam da aparência “inofensiva” para entrar em áreas restritas, muitas vezes usando a engenheira social fingindo serem entregadores, parentes de moradores ou convidados de eventos no prédio entre outros disfarces.
O problema se agrava diante da fragilidade na aplicação dos protocolos de identificação, de falhas no controle de acesso e da prática indevida da 'carona', muitas vezes liberada por excesso de confiança dos próprios moradores ou pela distração da portaria — fatores que, somados, podem ser decisivos para o sucesso de uma invasão.
A solução não está apenas em reforçar a vigilância, mas em revisar a doutrina operacional com base em três pilares:
Incorporadoras de empreendimentos imobiliários, administradoras e síndicos e seus conselhos precisam pensar SEMPRE no bem-estar e na segurança dos seus moradores e isso começa com o plano diretor, projeto e gestão de segurança. Algumas medidas preventivas incluem:
As invasões cometidas por adolescentes disfarçados revelam uma nova camada complexa na segurança condominial e na violência urbana: o desafio de identificar e distinguir ameaça real daquela aparente normalidade.
Isso exige mudança de cultura nos condomínios, com processos de gestão de segurança dedicados, maior rigor nos acessos, profissionalização da segurança e integração entre tecnologia, arquitetura, pessoas e procedimentos.
Mais do que reagir a incidentes, o papel da segurança hoje é antecipar ameaças com inteligência e preparo.
(*) Eytan Magal é sócio fundador e diretor da ABSEG e certificado pela ASIS International (American Society for Industrial Security) como CPP (Certified Protection Professional), a maior certificação internacional de segurança. Atualmente é consultor Sênior de Segurança e Gestão. Israelense naturalizado brasileiro, serviu o exército israelense até a patente de Capitão no posto de subcomandante de batalhão de infantaria. Formado pelos órgãos de segurança de Israel, chefiou a segurança de entidades diplomáticas na Bolívia e Brasil. Possui diversos cursos na área de segurança empresarial e gestão de pessoas no Brasil e no exterior. Atuou por 17 anos como gestor da Segurança Pessoal e Empresarial do Grupo Suzano.