Monte uma horta no condomínio

6 dicas para montar horta comunitária em condomínios

Uma horta comunitária em condomínios visa a criar espaços colaborativos de cultivo de alimentos em áreas compartilhadas, promovendo a sustentabilidade, senso de comunidade e interação entre os moradores

Por SíndicoNet

04/12/23 07:36 - Atualizado há 3 meses


Cada vez mais pessoas têm se conscientizado acerca da necessidade de cuidar do meio ambiente para ter um planeta mais sustentável e também sobre a importância de ter uma alimentação saudável e livre de agrotóxicos. Uma das formas mais simples de incentivar essas práticas é fazendo uma horta comunitária em condomínios.

A horta em condomínio pode trazer muitos outros benefícios aos moradores, como a redução do estresse e fácil acesso a produtos de qualidade. Além disso, essa iniciativa ainda pode contribuir para estreitar os laços entre os condôminos e fortalecer o senso comunitário.

Fazer um projeto de cultivo de alimentos dentro de um condomínio é algo simples. No entanto, é preciso planejar como essa horta será feita e quem vai ser responsável por cuidar das plantas para que a horta não fique abandonada e todos os moradores possam usufruir dos benefícios dessa iniciativa.

Sendo assim, continue lendo este texto para descobrir como fazer uma horta comunitária em condomínios.

O que é uma horta comunitária?

A horta comunitária é um local destinado ao cultivo de diferentes tipos de plantas, como ervas, temperos e vegetais, e que visa a servir todas as pessoas que compõem uma comunidade.

Os condomínios que aderem a essa prática destinam uma área comum da propriedade para montar a horta.

Contudo, para que essa iniciativa seja bem sucedida, é fundamental que seja definido quem vai cuidar a horta, podendo ser uma comissão voluntária de moradores ou indicação da administração do condomínio, e como será feita a distribuição dos alimentos entre os moradores.

Quais são os benefícios de ter uma horta comunitária em condomínios?

Há várias vantagens em ter uma horta comunitária em condomínios, sendo que as principais são:

6 dicas de como fazer uma horta comunitária no condomínio

Se você ficou interessado em cultivar alimentos no seu condomínio, confira a seguir tudo o que deve ser levado em consideração na hora de fazer uma horta comunitária.

1. Aprovação dos condôminos

O primeiro passo para fazer uma horta em um condomínio é pautar o assunto em uma assembleia com os condôminos do local para que todos possam analisar e aprovar essa proposta.

Isso porque a criação de um espaço de cultivo é algo que vai demandar a separação de uma área exclusiva para essa finalidade, além de também gerar um custo de implantação e manutenção, que vai compor a cota condominial.

Por isso, é fundamental que essa iniciativa seja aprovada em assembleia.

2. Escolha do local de plantio

Após a aprovação da criação da horta comunitária, o próximo passo é escolher um local adequado para fazer o plantio dos alimentos.

A área de plantio precisa receber, no mínimo, seis horas de luz solar direta por dia, pois somente assim as plantas vão conseguir se desenvolver.

A plantação pode ser feita diretamente na terra, caso haja uma área assim no condomínio, ou em vasos e em canteiros. Outra opção é utilizar uma parte da área do jardim, ou uma jardineira para esse fim.

Além disso, também é possível fazer uma horta vertical, pregando os vasos na parede, o que pode ser uma boa alternativa para os condomínios que não contam com muito espaço.

3. Prepare a terra para receber as plantas

Depois de definir o local de plantio, será necessário preparar a terra, o que pode ser feito utilizando adubos naturais.

Para preparar o solo corretamente, a receita é: argila expandida, areia grossa e, então, uma camada de composto de terra com húmus ou adubo natural.

Nessa etapa, pode ser interessante pedir a colaboração dos moradores do condomínio. Isso porque o adubo natural é feito basicamente de restos de alimentos, casca de ovo e borra de café. Basta que os moradores separem esses restos de alimento.

O condomínio também pode ter uma composteira para este fim! Explicamos o passo a passo da compostagem em condomínio neste conteúdo

4. Escolha as plantas que vão compor a sua horta

Após preparar a terra, será necessário escolher o que plantar. O ideal é que sejam plantadas ervas, temperos, chás e vegetais.

As hortaliças demandam mais atenção e cuidado, por isso, elas só devem ser plantadas se alguém do condomínio estiver disposto a dar o cuidado que essas plantas demandam.

5. Defina quem vai cuidar da horta

Esperar que as crianças no condomínio ou um morador apenas cuide da horta pode não ser uma ideia que perdure, já que essa área demanda cuidados diários.

Sendo assim, o mais comum é que a empresa de jardinagem ou profissional que cuida da área verde do condomínio também faça a manutenção desse espaço, o que ajuda a evitar que o espaço se degrade.

No entanto, já que um dos objetivos da horta comunitária é justamente o contato e o fortalecimento dos laços entre vizinhos, é importante que os entusiastas da iniciativa tomem à frente e estimulem os vizinhos a participarem dos cuidados.    

6. Defina como será feita a distribuição de alimentos entre os moradores

A etapa final do planejamento de uma horta comunitária em condomínio é definir como as plantas serão divididas entre os moradores do local.

Uma forma de fazer essa divisão é distribuindo os itens em porções iguais para cada unidade. Dessa forma, todos os moradores vão poder usufruir de maneira igual da horta.

O condomínio pode estabelecer um dia para a colheita e deixar as plantas colhidas divididas em porções iguais para cada condômino. Nesse caso, tudo o que o morador vai precisar fazer é ir até o local da horta e pegar a sua parte.

Mas o condomínio também pode deixar os moradores à vontade para colher os itens conforme sua necessidade.

Como fazer a manutenção da horta comunitária?

Para que as plantas cresçam e se desenvolvam de maneira saudável é preciso cuidar bem da horta. Os cuidados básicos com a horta comunitária devem ser os seguintes:

Além disso, também é importante fazer um rodízio de espécies. Essa prática ajuda a não exaurir o solo e também colabora para diminuir a incidência de pragas na horta. Esse rodízio pode ser feito após a colheita das plantas.

Dicas do especialista

Conversamos com o engenheiro agrônomo, especialista em hortas orgânicas, Marcelo Noronha, que deu diversas dicas sobre como plantar ervas em espaços reduzidos.

Noronha explicou que divide as plantas em duas categorias: as que precisam de profundidade (com mais de 60 cm) e as que não precisam.

Entre as mais espaçosas, há manjericão, alecrim, capim cidreira, pimentas, sálvia e louro. Se for plantar em vasos, o engenheiro agrônomo não indica que sejam plantadas no mesmo recipiente.

Já as espécies que não necessitam de locais tão profundos, como cebolinha, salsinha, tomilho, coentro, orégano, manjerona e hortelã, permitem misturas em sua maioria, mas o ideal é que sejam plantadas aos pares. A exceção é a hortelã, que deve ficar sozinha no seu vaso.

Também é melhor não plantar a salsinha e o coentro no mesmo recipiente, já que são bastante parecidos.

Para preparar o solo corretamente, a receita é: argila expandida, areia grossa e, então, uma camada de composto de terra com húmus ou esterco de vaca.

Também se deve levar em conta a necessidade real de água da planta, que, em geral, recebe muito mais regras do que precisa. Deve haver furos no fundo do vaso para que a água excessiva escorra por ali.

Uma horta comunitária pode ser uma ótima maneira de estreitar os laços entre os moradores, incentivar a sustentabilidade e promover uma alimentação mais saudável e equilibrada.

Caso você queira conhecer outras formas de estimular o sentimento de coletividade entre os condôminos, confira o artigo sobre como melhorar a convivência no condomínio.

Fontes consultadas: Marcelo Noronha (engenheiro agrônomo); Gabriel de Souza (Prop Starter), Marcelo Ribeiro Fonseca (Flora Brasil), Thais Denise Nascimento (bióloga paisagista sócia do Natureza em Arte), Sergio Meira (Secovi-SP), Cynthia Isnard (decoradora e paisagista), Celio de Almeida (síndico), Lucas Bonini (Brasil Reage Gestão Ambiental)