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Convivência

Bilhete racista

Terceirizado de condomínio em BH é chamado de 'macaco'

sexta-feira, 29 de abril de 2022
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[29/04/2022] Ex-funcionária denuncia novo caso de racismo em condomínio de MG

Ao saber dos cartazes racistas no mesmo prédio em que trabalhava, a mulher procurou a imprensa para denunciar o caso

Dois dias depois de um funcionário denunciar uma série de cartazes com conteúdo racista que foram afixados em edifício do bairro Planalto, Região Norte de Belo Horizonte, uma nova denúncia de racismo e de omissão do condomínio e da empresa terceirizada envolvida foram revelados à imprensa nesta quinta-feira (28).  

Procurada pela ex-funcionária, a reportagem de O TEMPO revelou o caso da auxiliar de serviços gerais Natália Cristina Santos Costa, de 38.  

A auxiliar de serviços gerais contou à reportagem, que alguém imitava macaco sempre que ela passava perto dos blocos 1, 2 e 3. Segundo a vítima,  apesar do fato ter sido levado para os superiores, nada foi feito. 

A mulher diz que trabalhou por 9 meses no condomínio Way Residence e que foi  demitida no início deste mês sob a alegação de "remanejamento de funcionários". 

"As brincadeiras racistas começaram em novembro e, no fim de dezembro, eu criei coragem e denunciei para a síndica e para a Delta Facilities, que é a empresa que eu trabalhava. Mas o tempo passou e nenhuma atitude foi tomada", detalha.

A ex-funcionária relata que em nenhum momento foi orientada pelo condomínio ou a empresa para registrar um Boletim de Ocorrência. 

"A síndica só veio falar comigo dias depois. Eu me sentia muito mal sempre que ouvia a imitação, mas a minha profissão não ajuda muito, as pessoas olham para o pessoal da limpeza como o próprio lixo. E o que eu pensava era que perderia meu emprego por causa disso. Por medo, eu até me calei e aceitei essa condição", lamenta. 

Ao saber dos cartazes racistas afixados no local, ela resolveu denunciar o caso para a imprensa, por saber que não se tratava de um caso aleatório.

"Creio que os moradores tenham noção, imaginam quem seja o autor, mas eu não faço ideia, não tinha como saber. A pessoa imitava macaco de um lugar que não dava para eu ver, provavelmente na sacada do andar dela", denuncia. 

A empresa Delta Facilities e o advogado do condomínio Way Residence Planalto foram procurados, mas, até o fim da noite de quarta-feira (27), nenhum dos dois havia se posicionado sobre a nova denúncia de racismo moradores do local.  

Relembre o primeiro episódio de racismo

Cartazes com conteúdo racista foram afixados em um edifício localizado no bairro Planalto. Os ataques podem ter sido dirigidos a um funcionário de uma empresa que prestava serviços de limpeza no local. O rapaz, de 25 anos, registrou boletim de ocorrência (BO).

“Sofra as consequências, viado, preto. Ou você sai daqui, o resto toma banho de cloro, africano. Bons tempos eram quando pessoas como você sabiam do seu lugar que é no tronco, macaco, estúpido. Lugar seu é com sua gente na senzala, seus amigos são sujos como você”, diz trecho de uma das mensagens.

Outro bilhete diz: “Volta pra sua jaula gorila volta pro licho (para o lixo) de anafabetos (sic) que você veio preto sujo (...) Lugar de preto não é na limpeza e na sesala (senzala)”. 

Um dos bilhetes foi encontrado pelo homem e o outro por uma moradora. Mesmo sem conter nomes, o funcionário achou que poderia ser direcionado a ele.

Em outro dia, ao retornar ao condomínio para pegar seus pertences e se despedir de uma moradora, o rapaz encontrou novos papéis com mais ofensas.

O material foi encaminhado à administração do prédio. Um segundo BO foi registrado, desta vez pela síndica e pela diretora da empresa que presta serviços de limpeza. O autor dos ataques ainda não foi identificado.

Alvo de bilhetes racistas em condomínio de BH diz que ficou em estado de choque

'Seu lugar é no tronco, macaco', dizia uma das mensagens. Autor dos ataques ainda não foi identificado

O homem que foi alvo de bilhetes racistas em um prédio no bairro Planalto, na Região Norte de Belo Horizonte, disse que ficou em estado de choque ao ler as ofensas.

"Não sei quem escreveu esses bilhetes, fiquei em estado de choque. A pessoa que faz isso não tem humanidade dentro dela. Me chamou de analfabeto, mas trabalho para pagar meu curso de enfermagem", disse o rapaz, de 25 anos, que pediu para não ser identificado.

Ele é funcionário de uma empresa que presta serviços no condomínio e trabalhava no prédio como auxiliar de serviços gerais havia cerca de dois meses.

Registros policiais

O primeiro boletim de ocorrência foi registrado pelo funcionário na última quarta-feira (20), quando ele compareceu à base da Polícia Militar junto com o supervisor. Naquele dia, ele contou que, por volta das 8h20, encontrou no setor em que trabalha papéis com as ofensas:

"Volta pra sua jaula gorila volta pro licho (para o lixo) de anafabetos (sic) que você veio preto sujo (...) "Lugar de preto não é na limpeza e na sesala (senzala)". 

Apesar de não conter nome nos papéis, o funcionário achou que poderia ser direcionado a ele, uma vez que costumava trabalhar na limpeza do local.

Após encontrar o primeiro bilhete, ele pediu para ser transferido de setor. No sábado (23), ao voltar ao condomínio para pegar os pertences pessoais e ir a um dos blocos despedir-se de uma moradora, encontrou mais duas cartas com mais ofensas. Veja trecho:

"Sofra as consequências, viado, preto. Ou você sai daqui, o resto toma banho de cloro, africano. Bons tempos eram quando pessoas como você sabiam do seu lugar que é no tronco, macaco, estúpido. Lugar seu é com sua gente na senzala, seus amigos são sujos como você".

Os papéis foram encaminhados à administração do prédio, e o segundo registro policial foi feito pela síndica e pela diretora da empresa que presta serviços no local. O autor dos ataques ainda não foi identificado.

Nesta segunda-feira (25), a Polícia Civil informou que os fatos são apurados.

O funcionário continua trabalhando na empresa, mas foi transferido para outro local.

https://g1.globo.com; https://revistaforum.com.br/.

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