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Campanhas internas

Como fazer campanhas de doação de sangue no condomínio

A doação de sangue no condomínio é um ato que ajuda a salvar vidas e ainda gera aproximação dos vizinhos; saiba como criar uma campanha de coleta em seu empreendimento! 

20/04/23 09:43 - Atualizado há 10 meses
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Um homem e uma mulher sentados em cadeiras em uma enfermaria fazendo doação de sangue.
Síndico pode sensibilizar e mobilizar a comunidade para organizar uma campanha de doação de sangue dentro do condomínio
iStock

Os bancos de sangue no Brasil estão sempre precisando de doadores e, por esse motivo, campanhas de incentivo para a doação de sangue no condomínio são extremamente importantes.

Como síndico, é importante planejar campanhas beneficentes no condomínio, não somente para ajudar pessoas necessitadas, mas também para criar uma melhor convivência entre os vizinhos e ainda valorizar sua gestão.

Quando se trata de doação de sangue, a situação é sempre muito preocupante. Por exemplo, recentemente o Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes) fez um apelo à população devido ao baixo estoque de sangue agravado pela alta de casos de dengue no estado. A forma mais grave da doença pode demandar transfusão de sangue.

Outro banco de sangue que sofreu foi o Ribeirão Preto (SP), que informou que as bolsas do tipo O e A positivas estavam com estoque em baixa, com 40% abaixo do ideal, no final de 2022.

Com uma campanha de doação de sangue no condomínio, você pode falar diretamente com centenas – às vezes até milhares – de pessoas, quebrar paradigmas e conscientizá-las sobre a importância de ajudar bancos de sangue. Continue a leitura e entenda como é possível fazer isso!

É possível organizar uma campanha de doação de sangue no condomínio?

A doação de sangue sempre foi extremamente importante, já que os bancos de sangue dependem da solidariedade da população e não é incomum de tempos em tempos haver campanhas de sensibilização quando há baixa nos estoques.

De maneira organizada e seguindo as medidas de segurança necessárias, os condomínios podem ser grandes parceiros dos bancos de sangue. Logo, com o simples ato de organizar uma campanha, é possível salvar muitas vidas e ainda trazer outros benefícios tanto para a gestão em si, quanto para os moradores.

Benefícios de promover uma campanha de doação de sangue no condomínio

É possível não somente ajudar pessoas que precisam de sangue, mas também criar uma aproximação entre os moradores do condomínio. Afinal, todos participantes da ação estarão unidos por um bem muito maior. Consequentemente, a adesão de doadores pode ser muito boa.

De acordo com o síndico profissional Alexandre Prandini, conflitos de convivência sempre vão existir nos condomínios e é extremamente trabalhoso para o gestor combatê-los. Para ele, a alternativa é provocar movimentos que juntem a sociedade. 

"Realizei a primeira campanha de doação de sangue num condomínio repleto dessas desavenças. Fiquei o dia inteiro lá, vi os moradores chegando com seus filhos, elogiando, conhecendo e conversando com os vizinhos. O espírito desse tipo de ação, que tem um propósito nobre, já é diferente, é amistoso, generoso. Assim se inicia a transformação!", orgulha-se. 

"É sobre plantar uma semente", complementa a síndica Christiane Romão no episódio do Podcast SíndicoNet sobre "Ações do Bem em Condomínios". Numa campanha realizada em um de seus condomínios, um morador até se prontificou a fazer um bolo e distribuí-lo aos doadores no final da coleta.

Já no prédio administrado por Prandini, por exemplo, os próprios moradores estimulavam e convocavam a participação dos demais, compartilhando mensagens positivas como "eu doei, venha você também" no grupo do WhatsApp do condomínio.

"Só colhemos bons frutos, por isso, vamos repetir essas e outras ações sociais", Christiane anuncia. Prandini, por exemplo, já acumula mais de dez eventos como esse.

Numa das ocasiões promovidas pelo síndico profissional, em um condomínio com mais de 200 apartamentos, foram coletadas cerca de 140 bolsas de sangue. Levando em conta que uma bolsa de 450 ml pode salvar até quatro pessoas, o material colhido dos moradores impactou, portanto, 560 vidas.

Além disso, a doação de sangue no condomínio oferece uma grande facilidade para os moradores, já que eles fazem tudo sem sair de casa, não precisam se deslocar até um hospital.

Esse ponto, inclusive, é um dos principais gargalos dos bancos de sangue em mobilizar a população. Nota-se que muitas pessoas demonstram interesse em doar, porém, não possuem o hábito, muito em função de uma rotina atribulada na qual o tempo é valioso. Descanso, trabalho e lazer acabam sendo priorizados naturalmente. 

"Então, nada melhor que resolvermos isso para os moradores. Mas esse ato vai além de levar comodidade ou promover a integração entre eles: estamos praticando o bem acima de tudo", enfatiza Christiane. 

Tal como descreve Prandini, basta o morador descer no horário agendado até o local onde foi alocada a estação de doação de sangue no condomínio e fazer o procedimento, que dura, em média, 40 minutos, a contar desde o cadastro até o descanso necessário pós-doação.  

Síndicos que organizam campanhas de doação de sangue no condomínio também veem sua gestão ser mais valorizada pelos moradores. Sem contar que, ao criar um clima mais solidário que ameniza as brigas de convivência, alivia o trabalho do gestor, liberando-o desse processo de intermediação e permitindo que ele foque em outros assuntos. 

Prandini enxerga a ação como uma alavanca para a gestão, pois é uma oportunidade do síndico criar relacionamento, quebrar climas, conversar informalmente com os moradores, bem como colocar em evidência seu trabalho. Por isso, é indispensável a presença do gestor no dia da campanha de doação de sangue.

"Esse é um momento em que as pessoas estão desarmadas, mesmo aquele morador striker que vive te perseguindo. Por maior que seja a desavença, ele não está carregando o sangue nos olhos tal como numa assembleia. É uma forma de tirar dos moradores a possibilidade da reclamação antes da reunião - ocasião em ele está completamente exposto", ele explica. 

Como organizar uma campanha de doação de sangue no condomínio

Agora que você já sabe que sim, é possível organizar campanhas de doação de sangue no condomínio, está na hora de saber como fazer isso. Confira a seguir alguns passos importantes a seguir.

1. Fale com os moradores

A primeira coisa importante a fazer para organizar uma coleta de sangue no condomínio é discutir a questão com os moradores.

Durante a conversa, é importante deixar claro informações relevantes sobre a doação de sangue. Por exemplo, trazer dados sobre a baixa de bancos de sangue na cidade, estado ou país.

Além disso, também é essencial falar que não custará nada para os doadores e que isso é um ato de solidariedade que pode salvar vidas.

Caso o condomínio tenha um aplicativo – como o app NokNox –, se for possível, o síndico pode disponibilizar enquetes para que os moradores se posicionem a favor ou contra a campanha.

O tópico de "Assuntos Gerais" da assembleia também pode ser um recurso para sondar a real intenção dos moradores com a causa. 

2. Escolha do banco de sangue

Depois que os moradores aprovarem a iniciativa, está na hora de encontrar o banco de sangue que realizará a coleta. Faça uma pesquisa na internet com o termo "doação de sangue coletas externas" e dê preferência aos que estão mais próximos da sua região.

Você vai encontrar diversas instituições entre públicas e privadas, sendo que todas oferecem o serviço gratuitamente.

3. Atendimento aos pré-requisitos 

Assim que escolher o paceiro, contate-o para checar se o condomínio atende aos requisitos pré-estabelecidos para que ocorra a iniciativa no local.

Nesse momento, a condição que mais dificulta a organização da campanha de doação de sangue em condomínio é em relação ao mínimo de candidatos disponíveis, que fica mais ou menos na marca de 80 pessoas

"Precisamos compensar o deslocamento da equipe, equipamentos e materiais, por isso, estipulamos esse número. Pela nossa experiência, sabemos que apenas 20% desse grupo efetivamente vai estar apto a doar", justifica Dra. Sandra Esposti, médica da Pró-Sangue responsável pelas coletas externas.

Ela conta que os condomínios residenciais foram grandes parceiros durante a pandemia. Nesse período, o estoque de sangue nos bancos estava extremamente baixo, e em contrapartida, as pessoas estavam presas em casa. Em meio à necessidade e à crise sanitária, surgiu a ideia de levar a Pró-Sangue para os edifícios, agora de maneira mais massiva. 

No entanto, após o fim da pandemia, a baixa adesão dos condomínios residenciais fez com que a Pró-Sangue, instituição pública ligada à Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo e ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, cessasse as campanhas nesses empreendimentos.

Ainda assim, o foco da entidade se mantém nas grandes corporações e, claro, nos condomínos comerciais, cujas datas estão disponíveis somente a partir de agosto. 

"Isso não retira a possibilidade de um morador de condomínio se mobilizar pela causa dentro da empresa em que trabalha, ou mesmo fazê-lo em qualquer esfera de relacionamento, seja com familiares, amigos, vizinhos, etc. Por que não reunir os moradores interessados para comparecerem juntos a um posto?", sugere e acrescenta: "Não podemos parar de estimular as pessoas a doarem sangue".  

De toda forma, é preciso ressaltar que cada banco de sangue pode trabalhar de maneiras diferentes. O parceiro de Christiane (STS - Banco de Sangue, Laboratório e Hematologia Clínica localizado em Salvador), por exemplo, não solicitou uma quantidade mínima de candidatos. 

"Isso facilitou muito minha vida. Os moradores e funcionários interessados faziam o agendamento antecipado junto ao laboratório, e a partir dessa listagem, eles provisionavam o material e a equipe necessários para a ação. A adesão foi de 100%", ela comenta.  

Sendo assim, recomenda-se pesquisar e conversar com os bancos de sangue da sua região, para entender, de fato, quais as exigências são impostas, e dessa maneira, encaixar-se à realidade do condomínio.

Mas de maneira geral, as instituições também costumam exigir certa estrutura física do condomínio, como: 

  • Estar localizado próximo ao posto (km variável);
  • Espaço de 100m² , bem ventilado e iluminado (na maioria das vezes é o salão de festas); 
  • Bebedouros e banheiros próximos;
  • Tomadas;
  • Mesas;
  • Cadeiras;
  • Lixeiras.

Normalmente, as instituições realizam uma vistoria prévia para checar se a estrutura atende a todos os requisitos necessários para a coleta. Em seguida, dá-se início ao agendamento.

Outra questão importante é que, um dia antes da ação, o local deve ser totalmente higienizado

Por outro lado, as instituições se encarregam do transporte da equipe até o condomínio, bem como lanche para os doadores, cadeiras para doação e demais equipamentos ou insumos necessários para o procedimento. 

No dia da ação no condomínio, a equipe do banco de sangue realizará a coleta das bolsas de acordo com todos os protocolos de segurança.

4. Divulgação da campanha

O publicitário Carlos Fernandes, do projeto 2sanguenocondomínio, conduziu um trabalho interessante de divulgação de campanhas de doação de sangue em condomínios, principalmente no período pandêmico. 

Morador de um condomínio em Taboão da Serra, com sete torres, cerca 4 mil pessoas e salão de festas parado, além de doador de sangue frequente, porém trancafiado em casa, Carlos logo se dedicou a criar um esquema que abraçasse a causa. 

Ciente de que uma das maiores dificuldades do síndico é reunir o mínimo de candidatos exigido pela maioria dos bancos de sangue, ele decidiu entrar na organização disso. 

Dessa maneira, assim que recebia o contato de um síndico, ele preparava um material de circulação que incluía comunicações em vários formatos, tais como, cartazes para quadro de aviso e textos reproduzidos nas telas dos elevadores.

O maior diferencial é que esse material de divulgação contemplava dois links que direcionavam o morador para: 

  1. Grupo de Whatsapp para tirar dúvidas;
  2. Cadastro/Anamnese por meio do preenchimento de um Google Forms.

Como ele também participava de um grupo de WhatAspp com médicos de vários bancos de sangue, o tempo da resposta ao morador interessado era extremamente rápido. Isso ajudava na adesão do público à causa.

"Eu acompanhava esse cadastro, que era altamente qualificado. Quando alcançava o número de 100 pessoas mais ou menos, eu entrava em contato com algum banco de sangue para fazer o agendamento", detalha.

Ou seja, a 2sanguenocondomínio funcionava como uma intermediadora, executando o trabalho que síndicos, administradoras e conselheiros teriam de mobilizar os moradores. Prandini já fez parcerias com a instituição e relata ter sido sempre um sucesso. 

Sem eles, o síndico profissional revela que o processo precisava ser mais simples para não dar muito trabalho, apenas com comunicados afixados nas áreas comuns e WhatsApp informando sobre a campanha, de modo que os interessados iam preenchendo um cadastro deixado na portaria.

Comparado à campanha que contou com o apoio de um intermediário, o número de bolsas de sangue coletadas caiu quase pela metade, ficando na margem de 80.

Foi durante a pandemia, também, que o 2sanguenocondomínio teve o maior engajamento. Hoje em dia, o projeto infelizmente encontra-se parado, pois faltam bancos de sangue, seja público ou privado, dispostos a fazer a parceria. 

De qualquer maneira, não há porque o síndico se desaminar em realizar uma campanha de doação de sangue em condomínio. Converse com os bancos de sangue, encontre parceiros e o mais importante: sempre estimule essa prática dentro da comunidade. 

Quem pode doar sangue?

Embora uma campanha de doação de sangue no condomínio possa ter uma boa adesão entre os moradores, é importante estar atento aos requisitos de quem pode participar da ação.

Aqui estão algumas especificações importantes que devem ser compartilhadas com todos do condomínio sobre quem pode doar sangue:

  • Pessoas com idade entre 16 e 60 anos. Também é possível doar quem tem até 69 anos, se já tiver costume de fazer a doação;
  • Pessoas que têm mais de 50 quilos;
  • É necessário ser saudável;
  • Precisa ter documento de identificação com foto;
  • Não precisa fazer jejum, mas é necessário evitar se alimentar com comidas gordurosas pelo menos 4 horas antes da doação;
  • Não consumir bebida alcoólica 12 horas antes da doação;
  • Pessoas que tiveram Covid-19 precisam esperar 30 dias depois de estarem curadas para doar sangue. Em caso grave da doença, é necessário esperar um ano.

Além dos requisitos citados acima, no caso de menores de 18 anos, é necessário que exista a autorização dos pais ou responsáveis legais para que possam doar sangue.

Importância de falar sobre doação de sangue em condomínio

Ainda que uma campanha de doação de sangue em condomínio não seja viável no momento, como síndico, é possível gerar consciência nos moradores sobre o assunto. Afinal, doar sangue não tem nenhum custo ao doador, mas faz toda a diferença para quem recebe a doação.

Dessa forma, utilize o tópico "Assuntos Gerais" da assembleia para abordar o tema de maneira despretenciosa ou espalhe cartazes como estes sobre a diferença que cada morador pode fazer na vida de alguém. Vale, ainda, disponibilizar endereços, telefones e sites dos bancos de sangue mais próximos ao condomínio. 

Tente fazer de tudo para sensibilizar, incentivar e facilitar a doação dos moradores.

Comece o quanto antes a planejar a doação de sangue

Agora que você já sabe como organizar uma campanha para doação de sangue no condomínio, comece a planejar a ação.

Além disso, é necessário explicar que a pessoa não precisará se locomover para um hospital para que faça a sua doação. Tudo será feito de forma segura e com comodidade, no próprio condomínio.

Também fale sobre a importância do ato de doar, já que uma doação pode salvar a vida de até quatro pessoas. Portanto, é algo extremamente importante para a população. Inclusive, ninguém sabe quando e se precisará passar pela situação de precisar de sangue em um hospital.

Gostou do conteúdo? Que tal conferir como organizar um campanha beneficente no seu condomínio?

Fontes consultadas: Christiane Romão (síndica); Alexandre Prandini (síndico profissional); Sandra Esposti (médica da Pró-Sangue); Carlos Fernandes (projeto 2sanguenocondomínio); Conteúdo SíndicoNet.

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