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ESG em condomínios: Um dever de cada indivíduo

Síndicos, moradores, funcionários, administradoras e empresas do setor devem ter compromisso com o conceito ESG em condomínios, que se traduz em viver bem, respeitando as pessoas e o planeta.

04/08/23 09:47 - Atualizado há 8 meses
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Homem digitando em notebook, com tela escrito ESG
Matéria explica o conceito ESG, como surgiu, quais os benefícios, principais dificuldades, por conde começar, e claro, exemplos de iniciativas
iStock

ESG são boas práticas ambientais, sociais e de governança que estão ao alcance de todos, não somente no mundo corporativo, como são habitualmente vinculadas. Aos poucos, o conceito ESG em condomínios vem ganhando adesão do nosso mercado

Em outras palavras, ESG significa reumanizar nossos relacionamentos com as pessoas e com a natureza, nos diversos universos que ocupamos (casa, emprego e cidade).

Ainda que as práticas ESG possam ser adotadas por qualquer pessoa ou instituição, o conceito segue muito atrelado à realidade empresarial e edifícios corporativos. Informações sempre mais complexas e frias acabam mascarando o real conceito por trás da sigla, mais humano e factível: viver bem, respeitando os meus pares e o planeta.

Desgarrada de informações técnicas e empresariais, esta matéria explica o conceito ESG, como surgiu, quais os benefícios, principais dificuldades, por conde começar, e claro, exemplos de iniciativas para você desenvolver em seu condomínio (seja síndico ou morador), administradora ou empresa de sindicatura. Boa leitura! 

O que é ESG?

ESG é uma sigla em inglês que representa três pilares: Meio Ambiente (Environmental), Social (Social) e Governança (Governance).

De maneira resumida, a agenda ESG determina as boas práticas para lidar de forma equilibrada com questões ambientais, sociais e de governança (gestão). Acredita-se que é por meio destas frentes que construiremos um futuro melhor, mais humano, respeitoso e íntegro entre as pessoas, em consonância com a natureza. 

O mais relevante aqui é se desapegar um pouco da sigla ESG, sempre tão ligada a práticas de gestão empresarial, e focar no seu significado.

Até porque, é possível que você como indivíduo, dono de empresa ou administrador de condomínios já tenha adotado iniciativas socioambientais muito antes de se falar em ESG.

A sigla não é um certificado e não pertence apenas ao âmbito dos negócios, sendo, na verdade, a postura das pessoas e seu compromisso com o mundo. É como bem define a advogada Marilen Amorim em seu artigo publicado no SíndicoNet: "Não existe empresa ou condomínio ESG se não há o cidadão ESG". 

Para Filipe Cassapo, diretor do Lellolab, o conceito ESG tangibilizou o que era muito óbvio. "Realmente é incompreensível, disruptivo, novo, falarmos de respeitar as pessoas e a natureza? Não é de hoje que temos conhecimento de que precisamos estar em harmonia com outras pessoas e com o ambiente (social e ambiental) senão deixamos de respirar”, reforça. 

Os efeitos naturais de um "despertamento tardio" para essa pauta já estão acontecendo, como a pior crise hídrica dos últimos 91 anos do Brasil em 2021, e os desastres provocados por chuvas torrenciais fora de época. 

Dessa forma, independente do nome que se usa, o importante é contribuir com o desenvolvimento sustentável, cuidando de cada um dos seus universos (casa, empresa ou bairro) para viver bem. 

Lígia Ramos, síndica profissional e fundadora da D'Accord, complementa esse raciocínio, afirmando que "é preciso devolver para a sociedade aquilo que tiramos dela."

Como surgiu o conceito ESG

Em 2004, consolidava-se a ideia de que o setor privado tinha uma enorme responsabilidade pelos impactos socioambientais, devendo, assim, buscar soluções inovadoras para reduzi-los ou eliminá-los. Era necessário pensar em um desenvolvimento sustentável, no seu sentido mais amplo, além do ambiental. 

"O que queremos? Consumir e conviver sem comprometer os recursos naturais para a geração futura", sintetiza Patrícia Bittencourt, gestora de projetos de sustentabilidade do Secovi-SP.

Nesse contexto, o conceito ESG foi proposto, vindo especificamente de uma forte provocação de investidores.

"Quando toca no bolso, as pessoas conseguem enxergar melhor isso. Analisava-se se valeria a pena investir dinheiro numa empresa ou se o risco socioambiental que ela poderia causar era muito alto", ela complementa.

Assim, as práticas ESG foram naturalmente se difundindo em empresas de diferentes setores, provocando outros movimentos em toda a sociedade. Leonardo Schneider, diretor da administradora Apsa e vice-presidente do Secovi-Rio, menciona alguns deles:

  • Preocupação com riscos ambientais nos negócios tornou-se exigência para empréstimos;
  • Pressão da sociedade, sobretudo, pela agenda ambiental
  • Defesa da pauta da diversidade e inclusão social;
  • Ressaca emocional de tanta corrupção nos setores público e privado;
  • Esgotamento do modelo social do capitalismo;
  • Novos estilos de vida.

Benefícios do ESG no mercado condominial

Os condomínios que contam com síndicos, administradoras, empresas parceiras e moradores que aplicam as práticas ESG têm o poder de melhorar as cidades e a vida das pessoas.

Abaixo, alguns dos benefícios em incorporar o conceito ESG em condomínios e no setor:

No vídeo abaixo, a advogada Marilen Amorim fala um pouco mais sobre práticas ESG em condomínios, assista!

Como o mercado condominial pode se preparar para aplicar as práticas ESG

Além de ser uma postura de cada indivíduo, o conceito ESG é aplicável a qualquer tipo de empresa (pequena, média e de grande porte), independente do ramo. O que muda na hora de adotar essas práticas é a complexidade, que vai variar conforme as prioridades, os impactos e os recursos disponíveis no seu negócio. 

O impacto socioambiental de uma administradora é diferente de um condomínio, assim como se comparado a um prédio comercial, salão de beleza ou empresa siderúrgica. As atividades, espaços físicos e stakeholders (partes interessadas) são distintas, logo, as práticas em termos de sustentabilidade, social e governança também.

Como são inúmeras iniciativas que envolvem o ESG, é impossível adotar tudo ao mesmo tempo. É preciso, então, dar pequenos passos, que se iniciam com práticas básicas, que evoluem para as intermediárias até alcançarem as avançadas. 

A dica de Schneider e Cassapo é iniciar o processo internamente, dentro de casa, ou em maior escala, na sua vizinhança ou ambiente de trabalho. Naturalmente, elas vão contagiando positivamente as pessoas e os espaços.

Pensando em mercado condominial, o ideal é aplicar o ESG em todos os lugares, seja condomínio, administradora ou empresa de sindicatura. Tudo tem que estar embaixo do mesmo guarda-chuva.

"No caso de administradoras e empresas de sindicatura ou áreas correspondentes, sugiro adotar o ESG no seu negócio antes de jogar para fora, nos condomínios. Flui melhor dessa forma, pois passa mais credibilidade, você ganha confiança e torna-se mais assertivo ainda", indica Schneider. 

Da mesma forma, nenhuma das frentes (Ambiental, Social e Governança) deve ser vista isoladamente ou considerada mais importante que a outra. Para Cassapo, essa visão piramidal, hierárquica e linear de enxergar as coisas é uma reflexo da forma com que fomos educados.

"A gente sempre quer saber quem é o chefe. Mas na minha opinião, ESG é muito mais cíclico do que linear. Governança não manda em Social e Ambiental, são conceitos codependentes. Não há governança sem preocupação social, nem respeito social sem respeito ambiental, e assim por diante", ele esclarece.

Nesse sentido, a implementação de práticas ESG é um processo contínuo e lento tal como a criação de uma nova cultura. Schneider é otimista em relação a isso.

"Acredito nessa nova geração de jovens, que estão muito mais ligados no meio ambiente e à diversidade, por exemplo. Os mais velhos vêm sendo sucedidos por eles, o que, aos poucos, vai se replicando no mercado condominial, historicamente mais conservador", pontua. 

Principais dificuldades de implementar práticas ESG em condomínios

A primeira grande dificuldade de implementar práticas ESG nos condomínios é o fato de os moradores dedicarem seus esforços em assuntos de interesse financeiro, como custos, contas, redução de despesas, corrupção, alta inadimplência, etc.

Isso nos leva à segunda maior dificuldade em colocar em prática o ESG em condomínios: preocupados com o bolso, os moradores não conseguem enxergar valor em questões de cunho social e ambiental

Para lidar com isso, é importante que o síndico saiba "vender o peixe", enfatizando aos moradores os benefícios que o ESG traz diretamente à vida deles

Se possível, de maneira prática e atrelada a pequenas economias, para chamar a atenção. "Com as medidas de economia x, y e z, reduzimos a conta de luz das áreas comuns em R$ xxxx. Ao longo de 1 ano, a economia será de R$ xxxxxx", por exemplo.

Bem verdade que há muitos ganhos subjetivos das práticas ESG em condomínio que são difíceis de mensurar em números, você não vê, porém, sente a transformação, sobretudo no convívio mais agradável e maior senso de coletividade. 

"Temos que tentar sensibilizar os moradores, demonstrando o resultado que uma determinada ação rendeu, mesmo que boa parte disso não tenha retornado diretamente ao condomínio. Por exemplo, 'Com o aumento das toneladas de lixo, a cooperativa parceira precisou contratar mais mão de obra, retirando xxxx catadores do subemprego'", exemplifica a síndica Lígia Ramos. 

Ou ainda, "Além de economizar R$ 15 na sua conta de luz, os painéis fotovoltaicos geram economia de xxxx kw para o planeta", são abordagens que têm o propósito de quebrar a individualidade das pessoas, provocando uma visão mais macro.

Exemplos de práticas ESG em condomínios, empresas de sindicatura e administradoras

Com base na experiência de Patrícia Bittencourt, Lígia Ramos, Leonardo Schneider e Filipe Cassapo, o SíndicoNet criou a listagem abaixo com ações ESG básicas, intermediárias e avançadas, que podem ser incorporadas a qualquer empresa, condomínio e para o dia a dia de cada pessoa. Confira!

Pilar E (Environmental) | Ambiental - Gestão dos recursos naturais

São as práticas de prevenção ao meio ambiente.

Iniciativas básicas/intermediárias

Iniciativas avançadas

Para administradoras e empresas de sindicatura, especificamente: Importante a sede respirar sustentabilidade, adotando as medidas elencadas acima, e se estiver situada em uma edificação, escolha aquela que siga esses parâmetros. 

Pilar S | Social - Gestão dos stakeholders

Essa frente do ESG foca nas pessoas a partir do lugar em que elas ocupam, portanto, podendo ser clientes, prestadores de serviço, funcionários e comunidade do entorno.

Abrange ações de respeito aos Direitos Humanos, à saúde física e emocional, bem-estar segurança, à diversidade (social, econômica, idade, sexual, étnico-racial, gênero, credo, etc) e à inclusão social, bem como a promoção de interações sociais em prol do convívio harmonioso.

Muitas medidas recaem nas relações trabalhistas, com comprometimento ao desenvolvimento e treinamento do empregado, atração e retenção de talentos. 

Iniciativas básicas/intermediárias

  • Campanhas beneficentes (doação de sangue, arrecadação de alimentos ou roupas, etc)
  • Eventos no geral, como:
    • Datas comemorativas (festa junina, Natal, Carnaval, etc.)
    • Campeonatos esportivos ou atividades físicas, como yoga, massagem, aula de dança, etc.
    • Festivais de música
    • Feiras com produtos produzidos pelos próprios envolvidos (alimentos, livros, etc.)
    • Semana da Saúde com apoio de empresa parceira, oferecendo serviços como medição da pressão, palestras incentivando cuidados e até campanhas de vacinação etc.
  • Horta comunitária (curso do LelloLab também ensina e dá dicas sobre esse projeto, acesse aqui).
  • Assembleia infantil (a exemplo da administradora Apsa, projeto procura preparar crianças para serem futuros gestores)
  • Pesquisa de clima (veja como aplicar uma pesquisa nesta matéria
  • Canal de comunicação direta para sugestões, reclamações e denúncias
  • Oportunidade e empoderamento da mulher
  • Oportunidade e empoderamento de pessoas negras, deficientes, LGBTQIA+ e periféricas.

"A D'Acoord possui cerca de 30 condomínios na carteira e conta com oito funcionárias, todas mulheres. Mais do que contratá-las, temos que apoiá-las, e uma situação que passamos com uma zeladora negra em um dos nossos prédios evidencia essa necessidade. Alguns moradores achavam que ela não trabalhava, porque 'não a viam' e assim prestigiavam muito mais o manutencista. Sabendo da competência dela, ficamos ao seu lado e demos orientações para que aparecesse mais", relembra Lígia. 

  • Acolhimento e ajuda na recuperação de colaboradores dependentes químicos, jovens em idade escolar, analfabetos funcionais ou que tenham filhos portadores de necessidades especiais
  • Ações simples de reconhecimento para funcionários, como caixinhas de Natal e café da manhã
  • Valorização dos colaboradores (carga horária adequada, salário justo, espaços de trabalho e EPI’s apropriados, etc).

Lígia, por exemplo, instalou lâmpadas ultravioleta em algumas guaritas para evitar a proliferação de doenças contagiosas, além de eliminar odores. Isso melhora a qualidade de vida dos porteiros e reduz faltas ao serviço.

  • Financiamento de cursos e treinamentos de aprimoramento profissional

"Do ponto de vista empregador, entendemos que é importante fazer um processo de recuperação das pessoas. Minha assistente, por exemplo, era manicure e não tinha nenhuma experiência em administração de condomínios. Poderíamos contratar alguém do mercado, já com alguma formação, mas nós preferimos dar oportunidades. Hoje nós pagamos a faculdade de Direito dela, flexibilizando seus horários para que possa conciliar bem os estudos", detalha Lígia. 

Em relação a prestadores de serviço, a dica que consta no Manual do Secovi-SP, chamado "Guia ESG - Melhoras Práticas para o Setor Imobiliário", é se certificar de que a empresa está respeitando os direitos humanos e trabalhistas dos seus funcionários, impedindo, principalmente, o trabalho análogo ao escravo ou infantil.

Além disso, vale verificar como essas empresas lidam com as comunidades do entorno, se estão envolvidas com problemas de governança, como corrupção e lavagem de dinheiro, e se causam danos ou crimes contra o meio ambiente durante seus processos produtivos. 

Cases LelloLab

Em 2018, a administradora Lello criou o Lellolab, o “Laboratório de Inovação da Vida em Comum”, para que as comunidades condominiais possam ser empoderadas em criar ambientes de respeito, apoio mútuo e profunda responsabilidade social e ambiental.

Diversos projetos foram desenvolvidos nesse sentido, como é o caso do "Tesouros do Bairro", criado em parceria com moradores, síndicos e comerciantes locais. São encontros que promovem o compartilhamento de habilidades e o reconhecimento entre vizinhos - algo que, para os idealizadores, precisava ser recuperado. 

Isso porque a ideia de vizinhança amiga e colaborativa foi se perdendo com a urbanização e verticalização das grandes metrópoles, afetando também as relações entre as pessoas e delas com a própria cidade.

"Prédios reproduzem o paradigma da segregação: muros, grades, guaritas, cancelas e pouca diversidade. Cidade virou um grande desconforto", assim consta na home do projeto "Tesouros do Bairro".

Essa dinâmica urbana explica muito bem porque nos distanciamos tanto: cada um dentro da sua bolha (apartamento), estranhos aos vizinhos de porta e, mais ainda, aos do bairro. 

"Na impessoalidade do século XXI, a gente acabou esquecendo que a convivência com esse vizinho era muito importante para que, simplesmente, pudéssemos viver em uma cidade mais feliz e humana", lamenta Filipe Cassapo, diretor do Lellolab. 

Mas ele acredita que estamos em tempo de resgatar o espírito coletivo, por meio de iniciativas como o Tesouros. Por trás de tantas diferenças, as pessoas possuem muitas coisas em comum, sejam habilidades, necessidades, sonhos.

E o projeto ajuda nisso, pois é um verdadeiro processo de "redescobrimento", em que você se dá conta de que em sua vizinhança, a poucos passos de distância, existem inúmeros talentos que podem atender às suas demandas. 

"É um mapeamento de todos os tesouros que estão à sua volta, reconhecendo o simples fato de que você pode ser o tesouro do seu vizinho, e seu vizinho pode ser o seu tesouro. Cada um se abre ao outro, demonstrando o que pode oferecer à uma comunidade inteira", sintetiza Cassapo.

Ele cita os benefícios do projeto "Tesouros do Bairro":

  • Ressignificação de espaços ociosos nos condomínios e bairros;
  • Cidade fica mais viva;
  • Geração de recursos entre as pessoas que moram e trabalham dentro e perto de condomínios;
  • Comunidade local autossuficiente;
  • Melhora na qualidade de vida (necessidades sanadas sem precisar se deslocar para outras regiões);
  • Criação de laços de comunidade.

Outro projeto do Lellolab que tem o intuito de reaproximar pessoas e cidades é o "Esse Condomínio Une o Bairro". Na definição de Cassapo, trata-se da simples ideia de que um empreendimento pode ser protagonista em conectar diversos condomínios nos arredores, criando um relacionamento que vai além do meu vizinho imediato (mesmo prédio).

As atividades são inúmeras:

  • festas;
  • gincanas;
  • jogos e campeonatos esportivos;
  • coleta seletiva;
  • rodas de conversa na praça para melhorar a segurança do bairro;
  • promoção de caronas;
  • definição de medidas para usar recursos compartilhados e baixar as contas dos condomínios. 

Pilar G (Governance) | Governança - Gestão do negócio

São as boas práticas em administrar uma empresa ou condomínio. Engloba, assim, valores ligados à ética, integridade, liderança e transparência, tais como:

  • Política de Compliance;
  • Condutas anticorrupção e combate a conflitos de interesses;
  • Relatórios, códigos de ética e conduta;
  • Respeito à privacidade e diversidade;
  • Prestação de contas feita corretamente;
  • Processos de licitação (compras, cotações) transparentes;
  • Comitês de riscos e segurança, como LGPD, ou propriamente os grupos especializados em aplicar ESG;
  • Associação a entidades do setor imobiliário, como Secovi, AABIC, Abadi, ABMI (Associação Brasileira do Mercado Imobiliário) etc;
  • Plano de cargos e salários para funcionários;
  • Parcerias de cunho social (citadas no pilar Social);
  • Entre outras.

Segundo Leonardo Schneider, governança é saber administrar os recursos disponíveis, entender seu papel na organização e na comunidade, exercer um papel de liderança, cumprir com obrigações legais, delegar responsabilidades, etc.

Em resumo, é a forma como é feita a gestão do negócio, sempre sob a ótica da ética, integridade e transparência.

Na administradora ou empresa de sindicatura, por exemplo, são os donos e sócios que encabeçam a governança.

Já nos condomínios, ela é exercida pelo síndico, que foi escolhido pela comunidade para representá-la. No entanto, isso em nada tira a responsabilidade dos demais indivíduos, como conselho e moradores. 

Para Cassapo, o síndico tem que obedecer a um conjunto de responsabilidades, inclusive legais, como prestação de contas, e zelar pela segurança dos usuários, mas discutir governança é falar em corresponsabilidade.

"Claro que o síndico tem um papel especial, mas quando falamos em integridade, transparência e ética, nada vai funcionar se somente uma pessoa partilhar desses valores. Devem ser todos e juntos, afinal, somos corresponsáveis pelo ambiente em que a gente convive. Temos que ser ativistas", incentiva Cassapo.  

Nos projetos do LelloLab, o objetivo é ativar uma governança local, empoderando as pessoas para que elas mesmas possam realmente conhecer e utilizar as ferramentas da boa governança.

"Somos apenas um catalisador, que vai ao encontro de moradores, síndicos e comunidade, para municiá-los com instrumentos que os permitam desenhar um futuro mais justo, sustentável e harmonioso", acrescenta Cassapo.  

Para administradoras e empresas de sindicatura, especificamente: Parcerias genuínas com entidades filantrópicas colaboram para a causa em si e também agregam valor à imagem da sua companhia.

Além disso, é importante treinar prepostos e gestores para saberem trabalhar bem sua governança.

Na administradora Apsa, por exemplo, há a certificação GPU (Gestor de Propriedade Urbana), na qual síndicos profissionais realizam um curso de atualização por três a quatro meses, com certificado, e também a distribuição mensal da Revista Síndico, com conteúdos sobre o mercado condominial. 

Veja também outros materiais sobre ESG em condomínios e empresas:

Agora que você já entende um pouco mais sobre ESG em condomínios e como aplicar no mercado condominial, confira outras práticas que podem contribuir com esta estratégia, acessando essas matérias do SíndicoNet sobre como Compliance, Como melhorar a convivência em condomínios e Iniciativas sustentáveis para o mercado condominial.

 

 

 

Fontes consultadas: Lígia Ramos (síndica profissional e fundadora da D'Accord); Patrícia Bittencourt (gestora de projetos de sustentabilidade do Secovi-SP); Filipe Cassapo (diretor do Lellolab) e Leonardo Schneider (diretor da administradora Apsa e vice-presidente do Secovi-Rio).

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