Plantas x assaltantes
SP: Moradores de prédios substituem totens de segurança por vasos
Moradores de prédio em SP se frustram com totens de câmera e recorrem a vasos de planta para evitar assalto
O Profissão Repórter mostrou o caso. Segundo um empresário que administra o serviço de câmeras na cidade, o resultado da instalação do totem aparece 'com o tempo'.
Moradores de um prédio na Consolação, bairro do centro de São Paulo com índices altos de furto, optaram por colocar vasos de planta na frente do condomínio em que moram por entenderem que trazem mais segurança do que totens com câmeras.
Segundo o porteiro Julio Oliveira, os vasos grandes dificultam o acesso do assaltante a quem está mexendo no celular.
Ao programa Profissão Repórter, que discutiu o tema das câmeras, a gestora predial Janaína Kusieluskus falou sobre sua decepção com os totens com câmeras, equipamento tecnológico que invade as ruas de São Paulo.
"O que nos empolga para começar esse tipo de trabalho é o que é vendido antes. A ideia da polícia ser acionada automaticamente não acontece", contou Janaína. "Eu tive roubos aqui na frente e a polícia nunca veio me perguntar quem foi roubado, nem se eu tinha as características do cara que roubou, nem se eu tinha as imagens."
O Profissão Repórter visitou esse condomínio, que paga R$ 600 por mês pelas câmeras. Os moradores contrataram o serviço por um ano, mas decidiram que vão suspender o uso e comprar câmeras próprias, monitoradas pelos funcionários. O porteiro Rodrigo Melo contou que os criminosos roubam dois celulares por dia.
Para o síndico profissional Diego Beltran, o uso das câmeras não surtiu efeito.
O empresário Luciano Caruso, que administra algumas câmeras espalhadas pela cidade, refutou o comentário dos moradores.
"O cliente que espera que a gente consiga resolver todos os problemas da cidade só com a instalação do totem, ele talvez tenha entendido errado o propósito. O resultado vem com o tempo. Em alguns lugares, ações imediatas. No centro de São Paulo, por sua vez, tem ações criminosas de diversos tipos", declarou.
Segundo Caruso, a empresa consegue fazer por conta própria uma investigação sobre um assalto, mas o cliente pode também solicitar o apoio deles. A Consolação registrou, de janeiro a maio deste ano, 4.276 furtos – uma média de 28 furtos por dia.
Para o delegado Thiago Delgado, os equipamentos podem auxiliar as investigações policiais. "Há uma certa prevenção, alguns criminosos tomam um pouco mais de cautela. E, posteriormente, para a nossa investigação, tem alguns elementos que nos trazem a dinâmica de como ocorreu o fato".
Fonte: https://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2025/07/24/moradores-de-predio-em-sp-se-frustram-com-totens-de-camera-e-recorrem-a-vasos-de-planta-para-evitar-assalto.ghtml