Taxa condominial
Inadimplência cresce no Brasil com alta taxa de juros e inflação
Inadimplência da taxa de condomínio sobe e registra maior valor dos últimos 13 meses no país, revela Índice Superlógica
Taxa de juros e inflação são motivos por trás da alta da inadimplência no mercado condominial, afirma especialista
A inadimplência da taxa de condomínio, no Brasil, subiu em junho e atingiu 7,19%, na média nacional. O valor é o maior dos últimos 13 meses, segundo levantamento realizado pela Superlógica, plataforma de soluções tecnológicas e financeiras para os mercados condominial e imobiliário. O último pico havia sido em maio de 2024, quando a taxa ficou em 7,62%. Já em relação a maio deste ano, o índice apurado pela Superlógica foi de 6,73%. O menor percentual dos últimos 13 meses foi registrado em dezembro de 2024: 5,76%.
“A inadimplência do mercado condominial vem subindo, e dois dos motivos são o aumento da inflação e da taxa de juros. São fatores que reduzem o poder de compra da população e, consequentemente, aumentam a inadimplência - sobretudo a condominial, dada a prioridade de pagamento das pessoas por despesas mais caras, como cartão de crédito, aluguel, empréstimos e cheque especial”, afirma João Baroni, Diretor de Crédito do Grupo Superlógica. “Embora alguns estados e regiões ainda apresentem estabilidade e até queda nas taxas de inadimplência condominial, o cenário exige atenção e preparo, já que, se as condições macroeconômicas persistirem, a inadimplência pode se espalhar com mais intensidade nos próximos meses.”
A base de dados que embasa o índice é composta por aproximadamente 120 mil condomínios de todas as regiões do Brasil, somando mais de 4,7 milhões de boletos que estão há mais de 90 dias sem pagamento. Todos os dados são anonimizados, ou seja, não são passíveis de associação a um indivíduo, direta ou indiretamente. A base cobre os 27 estados brasileiros, abrangendo mais de mil cidades.
A inadimplência da taxa condominial causa um prejuízo anual de aproximadamente 7 bilhões de reais para os condomínios do Brasil. As consequências são prejudiciais tanto para os moradores como para o próprio condomínio. Se, de um lado, o morador corre o risco de perder até o imóvel por não pagar a cota, caso a dívida seja judicializada e o bem, colocado em leilão, de outro, o gerenciamento de gastos da coletividade torna-se incerto, muitas vezes inviabilizando manutenções de rotina e obras de melhoria.
No vídeo a seguir, a advogada especialista em direito condominial, Marilen Amorim, explica o que acontece quando um condômino fica inadimplente: