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Jurídico

Ofensas antissemitas em SP

Morador de condomínio é condenado por injúria racial

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022
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Vizinho é condenado por injúria racial após briga por vaga em condomínio

Agressor usou ofensas antissemitas contra morador judeu e é acusado de invadir a festa infantil de outra família da mesma religião no prédio

SÃO PAULO - O morador de um condomínio fechado no Morumbi, na zona oeste de São Paulo, foi condenado a um ano de prisão por injúria racial após usar ofensas antissemitas contra um vizinho judeu por causa de uma vaga na garagem.

Por ser réu primário, o juiz Waldir Calciolari, da 25ª Vara Criminal do Fórum Barra Funda, definiu que a pena de reclusão seja substituída por serviços à comunidade. A decisão é de janeiro deste ano.

A defesa do réu, que entrou com recurso para reformar a sentença condenatória, disse que ele repudia a intolerância religiosa e que tem absoluto respeito pela comunidade judaica.

O caso teve início em julho de 2019, quando o empresário Charles Robert Zyngier, 49, percebeu que sua vaga na garagem estava ocupada por um carro na transversal, que o impedia de sair com sua moto. O carro era do filho do vizinho Marcelo Izar Neves, 55.

Exaltado ao perceber que Zyngier havia esvaziado os pneus do carro, Neves perguntou qual era a religião do vizinho e se ele não tinha Deus no coração para ter tomado uma atitude tão drástica.

Em seguida, ele começou a disparar ofensas antissemitas e ameaças de morte, segundo depoimento registrado pela vítima no 34º DP (Vila Sônia). "Ele gritava: 'judeu filho da puta, eu vou te matar', e xingou minha mulher de vagabunda", diz Zyngier.

Mais de um ano após as ofensas, os vizinhos voltaram a discutir, dessa vez na porta da garagem onde Zyngier estava parado com sua moto. Neves chegou ao local em seguida.

Segundo a acusação, Neves deu um tapa na cara do vizinho, arrancou o celular de sua mão e voltou a gritar injúrias raciais: "Por isso que os judeus se foderam na vida, Hitler estava certo, a raça de vocês, judeus, não presta", disse Neves. Em depoimento, funcionários do condomínio confirmaram as agressões de cunho racista.

Os dois foram para a delegacia e Zyngier deu início ao processo criminal por injúria racial que resultou na condenação do vizinho. "É algo muito inaceitável", diz a vítima, que conta ter desenvolvido sintomas de ansiedade. "Nunca tinha sofrido nenhuma agressão e, agora, entro no meu prédio com medo, olho para os lados. Minha esposa passou um ano fora de São Paulo porque ficou com medo também", completa.

Antes de sair a condenação, o empresário obteve na Justiça uma medida protetiva contra o agressor que ficou impedido de se aproximar dele e de sua família. A decisão acatou pedido da Conib (Confederação Israelita do Brasil), que interveio no caso.

De acordo com boletim de ocorrência registrado por outro vizinho também agredido por ser judeu, Neves invadiu o salão de festas do condomínio durante a festa infantil do filho da vítima e também desferiu agressões antissemitas. Com base na acusação, a Justiça também concedeu medida cautelar para manter o agressor distante de mais um vizinho.

Em nota, a defesa de Neves afirmou que o réu "ressalta seu mais profundo repúdio à intolerância religiosa e salienta seu absoluto respeito a toda comunidade judaica". Os advogados também afirmaram que aguardam julgamento do recurso para reformar a sentença condenatória.

?O advogado de defesa de Zyngier, Daniel Bialski, disse que irá recorrer para aumentar a pena, fixada em um ano de prisão e multas. "A lei contra racismo deve ser mais rigorosa no Brasil", disse.

Os vizinhos ainda moram no mesmo prédio.

https://www1.folha.uol.com.br/

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