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Gabriel Karpat

“O que mais importa é quão bem você ultrapassa o fogo"

Para Gabriel Karpat, frase se encaixa bem ao atual momento vivido pelo síndico

01/06/20 05:46 - Atualizado há 3 anos
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Para Gabriel Karpat, frase se encaixa bem ao atual momento vivido pelo síndico

Por Gabriel Karpat*

O título desse texto refere-se à tradução do título do livro do poeta Charles Bukowski: “What matters most is how well you walk trought the fire”.

A frase, vale dizer, se encaixa ao momento atual causado pela pandemia do coronavírus e suas consequências. Como viver esse período tão difícil, inusitado e jamais imaginado no mundo?

O desafio mostra-se igualmente complexo nos condomínios, que são micro sociedades e partes de um contexto maior: bairros, municípios, cidades e país.

Dentro desse quadro atual, algumas questões passam por nossa mente: como ultrapassar o fogo sem se queimar? Quais as opções que os síndicos têm nesse momento? Como poderão agir? Não há resposta pronta nem receita de bolo para o momento. Há, contudo, caminhos existentes e que devem ser usados para reflexão, antes de uma tomada de decisão. A seguir, eles são explorados.

a) Evitar o fogo, inércia e nada fazer! Trata-se de uma forma incapaz de gerir a crise. Além dos eventuais danos patrimoniais daí decorrentes, a omissão pode ainda caracterizar infração à determinação ao poder público, que objetiva evitar a introdução ou propagação de doença contagiosa, crime previsto no Código Penal.

O síndico, agora guardião da saúde da comunidade, se vê na responsabilidade de proteger o bem-estar coletivo em detrimento do individual. A ele cabe tomar decisões com uma chancela maior até então não imaginada nesses pequenos núcleos familiares como, por exemplo, a OMS (Organização Mundial da Saúde). Tomar algumas decisões imediatas e necessárias que nenhuma legislação vigente tem previsão. Atitudes imediatas com riscos inerentes por sua imprevisibilidade. Observe que há uma linha tênue que separa a ação da omissão. Isso inevitavelmente estará presente em suas ações.

Nesse contexto, é essencial envolver toda a comunidade, bem como amparar-se na divulgação pelos meios eletrônicos disponíveis, uma vez impossibilitado de realizar reuniões presenciais.

b) Queimar-se na fogueira e manter-se paralisado! Essa hipótese representa, após pequenos passos dados, entrar em pânico, considerar-se incapaz de prosseguir, ainda que com algumas cicatrizes.

Nesse momento, portanto, é preciso ultrapassar o fogo. Claro, é muito importante tomar ações para minimizar os gastos, mas, sem desestabilizar o patrimônio.

Quem acredita que áreas de lazer fechadas significa redução de despesas, não compreende integralmente a gestão condominial. A relação não é direta. Imagine a piscina sem tratamento que foco de doenças se tornaria, ou mesmo não manter o sistema de segurança ativo com esse aumento de alta demanda de delivery.

Acompanhar a evolução da inadimplência e atuar nos casos pontuais de exceção são outros cuidados essenciais. Mas, sem criar uma condição de pagamento, sem data fixa, pois o condomínio tem seu fluxo de caixa de pagamentos com salários, encargos e concessionárias e tudo isso não pode ser negociado.

Essas e outras decisões de gestão são importantes para que a vida condominial não sofra interrupções importantes, mas com visão geral e ampla para que essas mesmas decisões não ocasionem danos eventualmente irreversíveis no futuro.

c) Ultrapassar o fogo, ainda que com algumas queimaduras. Nessa visão, deve-se esclarecer que tais queimaduras inevitavelmente deixarão cicatrizes, embora menores com uma estratégia definida.

Agora, mais do que nunca, ações administrativas dependem de uma estratégia. Estratégia essa que deve englobar o momento atual a ser “ultrapassado” e o pós-pandemia. Dessa forma, o momento torna necessário um Plano Diretor. Aliás, ele nunca foi tão essencial no mundo condominial.

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Para ser eficaz, esse plano deve justificar as medidas atuais e contemplar o futuro, ainda que, como já mencionado, inevitavelmente haja algumas cicatrizes.

Ele deve englobar ações corretivas e programadas, além de contemplar a correção e validação de encaminhamentos que foram necessários num determinado momento, mas que agora já perderam sua eficácia ou utilidade.

Mais além, nesse bom trabalho de gestão, devem-se incorporar outros encaminhamentos que surgiram no meio da crise e que visem contemplar a segurança e o bem-estar da coletividade, envolvendo aí também a preocupação com os colaboradores, sejam eles próprios ou terceirizados.

Privilegiar prestadores de serviços que souberam se adaptar a essa nova realidade representa uma saudável iniciativa, assim como organizar ações solidárias permanentemente.

De volta ao tema que introduz esse texto, o desafio da administração condominial ultrapassar o fogo e seu futuro com eficácia só poderá ter sucesso se orientado por planejamento, com muita organização e intenso controle de todas as etapas que o compõem. Nesse momento, como descreveu o poeta, “O que mais importa é quão bem você ultrapassa o fogo!”.

(*) Gabriel Karpat é diretor da GK Administração de Bens e coordenador do curso de síndicos profissionais da Gábor RH.

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