Obra em condomínio
Crianças em escola passam mal devido a odor de asfalto
Obra em condomínio intoxica crianças em escola particular
Ao menos 40 crianças da Curumim tiveram reações alérgicas e náusea por causa de massa asfáltica
Um grupo de cerca de 40 crianças que estudam na escola de ensino infantil e fundamental Curumim, no bairro Mansões Santo Antonio, em Campinas, foram intoxicadas por um cheiro forte de massa asfáltica vinda de um prédio em construção ao lado da unidade. Segundo a escola, as crianças tiveram reações alérgicas, náuseas e tontura. Quatro delas tiveram sintomas mais graves e foram hospitalizadas.
Por causa da situação, a Curumim chegou a mandar uma carta aos pais informando do problema. Segundo a carta, a escola procurou o engenheiro responsável pela obra do prédio residencial Reservatto, da Direcional Engenharia, de Minas Gerais, mas nada foi feito.
O pedido era que o trabalho fosse feito em horário que não prejudicasse as crianças, como aos fins de semana. No entanto, a empresa respondeu à escola que não era possível pois há contratos de prestação de serviços firmados com antecedência. Além disso, a empresa informou que a Defesa Civil vistoriou a obra três vezes e que não havia irregularidades.
"Estamos há nove dias com o cheiro forte. Tivemos casos graves, crianças que apresentaram atestado médico devido ao problema. Estamos preocupados", disse a diretora da escola, Glaucia de Melo Ferreira.
CRISE ASMÁTICA
A mãe de umas crianças que ficou doente, Germana Fernandes Barata, de 43 anos, contou que o filho teve uma crise asmática por conta do cheiro forte da massa asfáltica.
"O David, de sete anos, fazia dois anos que não tinha crise de asma. Ele está sob controle, mas não foi para a escola nesta quinta-feira. Ele o irmão, de 11 anos, reclamaram bastante que a garganta estava doendo. Achei que era por causa do frio, mas não era. Isso aconteceu com vários pais, achamos que era doença respiratória do frio. Mas é um processo mais sério, não era individual e não era coincidência", disse ela. Outras crianças também tiveram crises de asma na última semana.
A massa asfáltica é um resíduo derivado do refino de petróleo, misturado a outras substâncias. Há estudos que ligam o manuseio contínuo do asfalto com a incidência de câncer em trabalhadores. No caso da Curumim, o problema foi causado pelos vapores emitidos pelo asfalto, que irritam principalmente os olhos e o sistema respiratório.
A escola informou também que procurou a Defesa Civil, Vigilância Sanitária e a Secretaria de Meio Ambiente para comunicar o problema, mas que nenhuma providência foi tomada. Em nota oficial, a Vigilância em Saúde disse que "foi notificada esta semana e vai fazer uma visita técnica ao local para apurar a denúncia e ver se procede para adotar as devidas providências".
OUTRO LADO
A Direcional Engenharia informou, também por meio de assessoria de imprensa, "que a obra em questão segue rigorosamente as legislações que regulamentam a construção civil e todos processos de segurança vigentes. A empresa lamenta o transtorno e afirma que a pavimentação da área na lateral da creche já foi concluída".
Fonte: www.acidadeon.com