Criança teria sentido vontade de pular da janela
Porteiro conta como socorreu menino de dez anos que caiu do décimo andar de um prédio de Campinas. Criança foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao Hospital da Unicamp
A primeira pessoa a ter contato com o menino de 10 anos que sobreviveu após cair do décimo andar de um prédio residencial em Campinas no bairro Jardim Flamboyant, na tarde de anteontem, foi o porteiro Roberto Dias, que não escutou nenhum barulho e nem viu nada.
“Estava colocando o carrinho de lixo na calçada quando uma empregada que trabalha no segundo andar correu gritando que um menino tinha caído da escada. Já abri o portão e subi, quando olhei, vi que não era da escada. Era na garagem do térreo. O teto estava todo para baixo e o menino pendurado na viga da telha e as telhas em cima dos pés”, contou.
Sem pensar o porteiro pegou o menino e o colocou deitado no chão e gritou pedindo socorro. Enquanto aguardava a chegada dos Bombeiros, Dias conversava com o menino.
“Perguntei por que ele tinha feito isso. Ele disse: ‘eu pulei, eu pulei’. Mas porque você fez isso? ‘Deu vontade: eu pulei, eu pulei’. Nesse momento o garoto estava com os olhos arregalados e muito assustado. E perguntando se ia morrer”, disse o porteiro.
Quando os Bombeiros chegaram para o socorro, um médico do prédio vizinho também ajudava a prestar os primeiros socorros. “Ele aplicou uma injeção e colocou algo na garganta dele, acho que para respirar, porque o menino já estava começando a espumar na boca. Os bombeiros levaram o garoto até a rua de trás onde foi resgatado pelo helicóptero”, lembrou Dias.
Os moradores e os porteiros do prédio acreditam que as janelas dos apartamentos que estavam abertas ajudaram a amortecer a queda. Além disso, um telhado na garagem do prédio também ajudou a diminuir o impacto. “Acho que foi isso que salvou a vida dele”, disse Dias.
A família é argentina e mora no local há pouco mais de cinco meses. O irmão mais novo do garoto estava na escola na hora do acidente. O pai trabalhava e a mãe em viagem.
“O pai veio logo e ficou desesperado ao saber da noticia. A mãe estava no Estados Unidos e falaram para ela voltar porque o menino tinha se machucado, mas não contaram o que tinha acontecido”, contou Dias.
O garoto fraturou o quadril e teve pequenos ferimentos, mas o estado de saúde é estável. Ele passou por uma série de exames, mas nenhum apontou lesão mais grave. Até as 17h de ontem o HC da Unicamp não divulgou novo boletim médico.
Rede de proteção estava rasgada/ Equipes da polícia e da perícia estiveram no prédio depois da ocorrência. Os peritos analisaram o local de onde a criança caiu e também tiraram fotos da rede de proteção que estava rasgada. Segundo outro porteiro que estava no local mas pediu para que seu nome não fosse divulgado, a tela da janela por onde o menino se jogou já estava rasgada, mas como a família morava há pouco tempo no local não havia sido arrumada.
Polícia não descarta nenhuma hipótese/ O caso foi registrado como tentativa de suícidio, mas a Polícia Civil não descarta nenhuma hipótese. Apenas a empregada estava no apartamento e ela disse aos investigadores que limpava a parte superior do imóvel, quando percebeu "algo errado" ao ouvir um barulho muito alto.
DDM deve continuar as investigações/ O caso será investigado pela DDM ( Delegacia de Defesa da Mulher) e ainda não há confirmação sobre novos depoimentos.
Fonte: http://www.diariosp.com.br/
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