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Roberto Piernikarz

Idosos no condomínio

Saiba como o condomínio deve auxiliar os mais velhos

17/10/18 09:58 - Atualizado há 5 anos
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Saiba como o condomínio deve auxiliar os mais velhos

Por Roberto Piernikarz*

Já é fato notório que viemos passando, nos últimos anos, por um processo de envelhecimento da população brasileira.

Para se ter uma ideia, nos últimos 5 anos houve um aumento da ordem de quase 19% na população acima dos 60 anos no país, dado impressionante que nos leva a algumas reflexões sobre a maneira de abordar o assunto no nosso dia a dia.

A figura do condomínio, por sua vez, deve se atentar para esse fato e iniciar a pensar em como agir, pois mesmo que hoje em determinado empreendimento o número de idosos não seja relevante, isso deve mudar ao longo dos anos com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, ou seja, as decisões tomadas hoje, podem se voltar contra o próprio condomínio no futuro, quando certamente haverá uma inversão de necessidades por causa do envelhecimento dos próprios condôminos.

Sabemos que os novos empreendimentos já estão tratando o tema com mais profundidade, visto que há um notório crescimento do poder de compra dessa população, e por isso um consequente interesse do mercado em atingir esse público. some-se a isso as novas legislações, que obrigam as incorporadoras a pensarem no assunto desde o projeto, e temos um problema reduzido nos empreendimentos modernos, mas e os milhares de condomínios antigos, que quando idealizados não tinham essa preocupação? O que fazer?

Em primeiro lugar, vale lembrar que não estamos falando apenas de comodidade e conforto aos moradores dessa faixa etária, mas também do impacto que esse assunto pode ter diretamente no condominio, à medida em que a não observância ao assunto, pode imputar desde uma responsabilidade civil ao mesmo por conta de um acidente, até a responsabilidade criminal do síndico por discriminação do acesso aos aparelhos de lazer e áreas comuns a todos, independente de sua condição física e/ou idade.

O primeiro passo então, é a orientação adequada aos colaboradores, que devem saber lidar de forma diferenciada com essas pessoas, de modo a facilitar pequenas tarefas do dia a dia, como carregar uma sacola de compras, etc. Isso se faz com investimento em treinamento e reeducação tanto dos colaboradores quanto dos próprios condôminos, por meio de campanhas e cartazes, entre outras medidas. Portanto, como de costume, separamos abaixo algumas dicas de como se preparar para atender essas pessoas, cada vez mais presentes em nossa sociedade:

  • Rampas de acesso: feitas para substituir escadas, devem obedecer a norma 9050 sobre a sua inclinação máxima – já que uma rampa super inclinada não iria ajudar no deslocamento;
  • Piso antiderrapante: pisos lisos demais ou com muitos tapetes facilitam quedas;
  • Corrimãos: devem estar em ambos os lados de escadarias, e começar e terminar da parede;
  • Escada de alvenaria nas piscinas: a substituição de escadas de inox por uma que seja parte da piscina ajuda a todos a entrarem na água de forma muito mais segura;
  • Aumento da clausura para que caiba ali uma pessoa com cadeira de rodas;
  • Elevadores: o condomínio deve disponibilizar elevadores sempre que não conseguir que suas rampas sigam a NBR 9050;
  • Adaptação de banheiros: colocação de barras de apoio corretamente em banheiros das áreas comuns;
  • Adaptação de portas: A NBR 9050 pede que as portas sejam largas o suficiente para que seja possível passar uma cadeira de rodas, que tem, geralmente 90 cm;
  • Funcionários treinados para sempre oferecer ajuda sem serem invasivos;
  • Dar curso de primeiros socorros para pelo menos um colaborador, fornecendo o material necessário paras eventual emergência;
  • Manter na portaria e com o síndico, contato de algum familiar do idoso, que possa ser rapidamente acionado no caso de qualquer emergência;
  • Ainda que não seja obrigatório, tentar priorizar pessoas com mais de 60 anos no sorteio de vagas, de forma a não ficarem com as "vagas presas" e para que estejam mais próximas do acesso aos elevadores;
  • Disponibilizar vaga de "carga e descarga" para que sejam utilizadas para um motorista, uber ou táxi, possa pegar o idoso de formas mais tranquila e sem acidentes dentro da garagem;
  • Fazer convênios com empresas que oferecem atividades voltadas a esse público, tais como aula de pintura, dança, etc;

Lembrem-se que nós somos os futuros idosos, e que se não os respeitamos, estaremos determinando como vamos ser tratados quando nós é que estivermos nessa situação.

Ter empatia com seus vizinhos é uma das regras fundamentais da convivência em condomínio. Nos dias de hoje, onde cada vez mais existe um individualismo da população, vale atentar para o coletivismo, que propicia uma vida mais tranquila, sem conflitos nem tampouco desrespeito.

 Nos despedimos na certeza de que, mais uma vez, tenhamos conseguido auxiliá-los de alguma maneira.   "Seja paciente com os idosos. Afinal, um dia eles foram pacientes com a criança que você foi." Vanessa Pimentel.

(*) Roberto Piernikarz é Diretor Geral da BBZ Administradora de Condomínios; Bacharel em Administração de Empresas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Atua no setor há mais de 17 anos, tendo sido responsável pela implantação de mais de 300 condomínios, e participado da capacitação de mais de 1000 síndicos profissionais, além de ter colaborado com diversas matérias publicadas nos principais meios de comunicação do país. Colunista do Site do IG.

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