Estrutura comprometida
Prédio cuja varanda desabou, em Fortaleza, precisa de reforma
Prédio cuja varanda desabou está com estrutura comprometida e só deve ser liberado após reforma
De acordo com laudo técnico, divulgado nesta terça-feira, o acidente ocorreu devido à falta de manutenção periódica na estrutura do edifício O edifício onde uma varanda desabou e resultou na morte de dois operários, em Fortaleza, está com a estrutura comprometida. Segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea), Victor Frota Pinho, o acidente ocorreu devido à falta de manutenção periódica. O laudo técnico foi divulgado na manhã desta terça-feira (10).
“A estrutura estava comprometida devido ao alto grau de oxigenação e infiltração nas ferragens. Por causa da ferrugem, quase não existia mais ferragens no local”. De acordo com ele, a iniciativa de solicitar regulamentação da obra deveria partir dos próprios condôminos do Edifício Versailles, localizado no Bairro Meireles – zona nobre da capital. “A revisão, principalmente em estruturas verticais, deve ser periódica”, completou.
Ainda não há previsão para que o edifício seja novamente habitado pelos moradores, que foram retirados do local e encaminhados para casas de familiares. “São necessárias revisão e reforma minuciosas, para que o condomínio seja liberado”. A administração do condomínio deve contratar um engenheiro civil para avaliar, com urgência, a estrutura de edificação e realizar projeto de escoramento e recuperação da varanda.
Fissuras
De acordo com o coordenador especial de Proteção e Defesa Civil, Cristiano Férrer, foram encontradas fissuras nas lajes dos outros andares do prédio. “Há perigo de novos desabamentos, por isso o prédio ficará interditado por tempo indeterminado”, adiantou. Deverá ser feita estabilização do local para que não volte a ocorrer desabamentos.
“Há urgência nessa estabilização. Para obra em um prédio, deve ser contratada uma equipe, com profissionais qualificados, ser apresentado um projeto, isso não pode ser efeito aleatoriamente, tem que ter todos os cuidados, tendo em vista a proporção que pode causar”, acrescentou.
Mortes
Dois operários que trabalhavam na obra – realizada no 2º andar do prédio – morreram após o desabamento. Gilvanir José do Nascimento, de 44 anos, teve morte encefálica no dia 4 de março, dois dias após o desabamento. Valdízio Moreira Nunes morreu no momento do acidente. Raimundo José do Nascimento, de 52 anos, também trabalhava na obra e foi atingido pelo desabamento. O operário foi levado ao Instituto Doutor José Frota, onde passou por exames e depois recebeu alta médica.
Lei de Inspeção e Vistoria Predial
O acidente no edifício dá ênfase a um problema ainda recorrente na capital: a falta de vistorias e manutenções preventivas em edificações no município. É que a Lei de Inspeção e Vistoria Predial, de julho de 2012, ainda não foi regulamentada. Ela trata da obrigatoriedade da manutenção e vistoria períodicas em edificações e equipamentos públicos e privados; com três ou mais pavimentos; de uso comercial, industrial, institucional, educacional, recreativo, religioso e de uso misto; as de uso coletivo, públicas ou privadas, assim como as de qualquer uso, desde que representem perigo à coletividade. As construções abrangidas pela legislação deverão possuir Certificação de Inspeção Predial, que deve ser fornecido por órgão da Prefeitura de Fortaleza, após ser apresentado pelo responsável pelo imóvel do Laudo de Vistoria Técnica. A falta de regulamentação da lei foi discutida na Câmara Municipal de Fortaleza. “Não queremos que a nossa cidade ocupe a imprensa nacional com casos como este. Será necessário mais morte para nós paramos e vermos a importância desta lei”, enfatizou o vereador Acrísio Sena (PT).
Fonte: http://tribunadoceara.uol.com.br/