Prédios inacabados em São Paulo geram vandalismo e insegurança
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
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Obra parada frustra vizinhos em Arthur Alvim
Condomínio inacabado há 24 anos atrai mendigos e usuários de drogas. Vizinhança sofre com o vandalismo
Os moradores do Conjunto Habitacional Padre Manoel da Nóbrega, em Arthur Alvim, na Zona Leste da capital, estão preocupados com a situação de dois prédios que tiveram suas obras interrompidas pela Cohab-SP (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo) há 24 anos. Eles relatam que o abandono da obra atrai moradores de rua e dependentes químicos. Por conta disso, há vários casos de vandalismo.
“Eu estava sentada no sofá do meu apartamento quando jogaram uma pedra. Ela quebrou o vidro e acertou o meu pé. Foi assustador”, relembra Vânia Lúcia Pereira. O prédio onde ela mora há 28 anos fica bem ao lado da construção abandonada de três andares. Entre os condomínios há apenas um muro.
Na parte interna e externa do conjunto há pichações. Cobertores, roupas, cigarros, isqueiros e até remédios estão espalhados pelos cômodos. Diferentemente dos 209 edifícios vizinhos, o Condomínio 1-B, como deveria ser chamado caso as obras tivessem sido concluídas, teve os trabalhos paralisados em 1988, um ano depois do início da construção.
A reportagem flagrou ao menos três moradores de rua no local. Um se identificou como Bahia, de 38 anos. Ele admitiu ser dependente químico. Bahia revirava o lixo dos condomínios habitados. Ele confirmou que mora, há três anos, em um dos “apartamentos” degradados. E disse, sem nenhum problema, que não está sozinho. “Tem uns nove (moradores) lá dentro. Aqui um cuida do outro”, disse. Depois de circular por outras lixeiras, Bahia voltou para o prédio com três sacos plásticos cheios a tiracolo. Um segurança terceirizado da Cohab-SP afirmou à reportagem que não tem como impedir as invasões por medo de sofrer represálias.
Longa espera
O professor Reginaldo Mariano de Paula conta que só recentemente foram enviados “guardas” privados para o local. “Nós ficamos preocupados. Nos 32 anos que moro aqui , presenciei diversas situaçõe e os vizinhos também . Os imóveis sendo usado para guardar produtos roubados, cenas obscenas, vandalismo. No Ano Novo eles chegaram a fazer festas regadas a bebida e sexo.” Indignado, organizou, no ano passado, um terceiro abaixo-assinado para solicitar a demolição dos prédios. Só conseguiu entregar o documento recentemente.
“A Cohab demorou um ano para nos atender. O que acontece aqui é um problema social que precisa ser resolvido. É dinheiro público jogado no lixo”, afirma. Segundo o professor, o terreno poderia ser transformado em uma área de lazer para os jovens e idosos ou em uma creche, melhorias necessárias para o bairro.
Problemas técnicos e estruturais pararam a obra
A Sehab (Secretaria Municipal de Habitação) informou que as obras pararam por problemas técnicos e estruturais. A área chegou a ser doada para uma entidade construir uma quadra, mas nada foi feito e houve a reintegração de posse em 2008. A Sehab ainda afirmou que não há pessoas morando nos prédios, mesmo após o flagrante da reportagem.
Licitação para a demolição será aberta este mês
Ainda este mês, uma licitação para a demolição dos prédios deve ser aberta, com conclusão prevista para junho de 2013. A Sehab não soube dizer o custo dos dois prédios, alegando faziam parte do custo de todo o conjunto habitacional.
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